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Academia e comunidade em sintonia

As instalações do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no bairro de Manguinhos, RJ, ficam lado a lado com comunidades onde a violência e a pobreza fazem parte do cotidiano. O curso Saúde Comunitária, uma construção de todos, oferecido gratuitamente pelo IOC para moradores das comunidades vizinhas, dissolveu os muros e colocou a Academia cara a cara com a realidade da população.

Gutemberg Brito

 

Para os alunos do curso a  formatura foi motivo de alegria e orgulho

Os cerca de 30 cientistas que participaram como professores da iniciativa abriram mão de suas rotinas no laboratório para ensinar um pouco do que sabem aos mais de 70 alunos. Foram aulas sobre dengue, lixo, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, piolho e muitos outros temas, além de atividades práticas, em que os estudantes realizaram trabalhos de esclarecimento nas suas comunidades. Na formatura, realizada na última sexta-feira (03/12), professores e alunos eram só sorrisos.

Alegria e orgulho

Para a formanda e moradora da comunidade do Mandela II, Fátima dos Santos, 57 anos, que atua como servente na Fiocruz, a formatura foi motivo de alegria e orgulho. “Nunca tinha passado por isso e estou muito satisfeita com a oportunidade de estudar e poder ajudar de alguma forma a minha comunidade. Estou muito feliz”, revelou entusiasmada. Para Fátima, se os conhecimentos adquiridos forem postos em prática será possível melhorar as condições de vida da comunidade. “Durante o curso, realizamos atividades na comunidade em que foi possível praticar o que aprendemos em sala de aula. No trabalho de campo, meu grupo orientou os moradores sobre as formas de transmissão, prevenção e tratamento da tuberculose”, contou.  

 Moradora da comunidade do Mandela II, Vanessa Durans, 25 anos, agente comunitária de saúde na Clínica da Família Victor Valla, falou sobre a alegria da conclusão do curso. “Mesmo com as dificuldades que passamos durante as aulas por conta da violência no Rio de Janeiro, nós conseguimos chegar até aqui e concluir o curso”, disse a estudante.  Ela falou ainda sobre como a realização pode ajudá-la em sua vida profissional.  “O curso de Saúde Comunitária pode ser útil tanto para minha vida pessoal quanto para minha vida profissional. Como atuo nessa área, o curso representou uma troca, em que eu pude participar com o que eu sabia e atualizar meus conhecimentos sobre vários temas”, afirmou.

Academia próxima da realidade

Para a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, o curso de Saúde Comunitária representou a inauguração do programa de cursos de extensão do Instituto Oswaldo Cruz. “Este curso representa um espaço de encontros, de relações que pensam a saúde, pensam as necessidades da comunidade e está a serviço da saúde da população, e esse é o nosso compromisso. Por meio de iniciativas como estas, colocamos a Fiocruz e o Instituto Oswaldo Cruz a serviço das necessidades da população, isso faz parte dos nossos valores como instituição”, ressaltou.

A vice-diretora de Ensino do IOC, Helene Santos Barbosa, parabenizou os formandos pela conquista: “Tanto a academia quanto a comunidade têm o seu saber e aqui nós recebemos pessoas interessadas em promover a saúde e a ajudar a comunidade”, concluiu.

De acordo com Antonio Henrique Almeida de Moraes Neto, pesquisador do Laboratório de Ecoepidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses do IOC e membro da comissão organizadora do projeto, o curso representou uma ponte entre o saber acadêmico e o saber popular. “O primeiro pressuposto da promoção da saúde é a igualdade de saberes. Nesta dinâmica, não há aquele que sabe menos e o que sabe mais: o que existe são pessoas que apreendem o mundo de modo diferente. O curso de Saúde Comunitária representou uma troca de saberes entre a comunidade científica do IOC e a comunidade de moradores de Manguinhos e é dessa forma que a promoção da saúde deve ser disseminada”, destacou. “Além dos moradores da comunidade de Manguinhos, o curso também é oferecido aos moradores do entorno do campus da Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá (RJ). As aulas acontecem desde 13 de novembro e o encerramento está previsto para o próximo sábado, 11 de dezembro”, lembrou.

 

Gutemberg Brito

 

Para o pesquisador Antonio Henrique Almeida de Moraes Neto, membro da comissão organizadora do projeto, o curso representou uma ponte entre o saber acadêmico e o saber popular

 

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Cristiane Albuquerque

7/12/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

 

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