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Ciência e ensino: faces da mesma moeda

A ciência, como o ensino, faz parte da vida e deve chegar a toda a população. É o ponto encontro entre a aprendizagem, o conhecimento, o pensamento e a imaginação, para buscar ou tentar compreender o mundo que nos cerca e ter uma vida melhor.  Ambas são essenciais porque contêm a objetividade, a visão diversificada fundamental das pessoas, a racionalidade e a luta contra o dogmatismo. Elas perdem o sentido quando se fecha em seus limites menores.

Não dá para ter uma vocação de cientista sem a de professor. Transferir e gerar conhecimentos são os pontos comuns. Ciência e ensino não são patrimônios de ninguém. São bens públicos e, por isto, dar-lhes uma dimensão social integrada é nossa obrigação, é nosso dever, é nosso compromisso. São atividades que não pertencem ao cientista ou professor isoladamente, mas sim a toda a população.

A emancipação das pessoas através da ciência e do saber crítico constitui o núcleo central que dá mais sentido a educação. A igualdade, a sustentabilidade, a cooperação e a inovação social devem estar presentes em todas as formas de aprendizagem de países que querem o desenvolvimento. Não podemos ter jovens do século 21, com professores/cientistas do século 20 em escolas do século 19. No mundo de hoje vive-se com ideias que nascem cotidianamente em um mundo que se modifica diariamente. Discerni-las é o papel da população bem educada.

Não se deve existir hierarquia entre os professores, cientistas e a população. Para aprender há necessidade de convivências tranquilas, positivas, que envolva confiança, respeito e afeto entre as pessoas e o educador. O encanto da ciência e do ensino funciona como um todo, muito mais que a soma das partes, dos resultados, pois a aprendizagem se constrói e desconstrói diariamente. Deve-se sempre evitar a frase de Einstein: "a educação é o que sobra depois que esqueci o que aprendi na escola" ou a de Churchill: "sempre gostei de aprender, o que não gosto é o que me ensinam na escola".

A ciência e o ensino não devem ter pátria - a não serem os limites éticos e morais - nem fronteiras, é universal e deve chegar a todos os cidadãos. O governo sabe que o futuro do país depende de um trabalho árduo do presente na ciência e no ensino.

Eloi S Garcia é pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), assessor da presidência do Inmetro, ex-presidente da Fiocruz, e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Publicado na editoria de Opinião do Jornal da Ciência 17/03/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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