Morreu na manhã de segunda-feira (20/06), aos 90 anos, um dos maiores cientistas do Brasil. Otto Gottlieb foi indicado ao Prêmio Nobel de Química, em 1999, pelos estudos sobre a estrutura química das plantas que permitem analisar o estado de preservação de vários ecossistemas brasileiros. O pesquisador foi responsável pela implantação do laboratório de fitoquímica da Universidade de Brasília (UnB). Em seguida, tornou-se pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde atuou até sua aposentadoria, em 2001, no antigo Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica. Desde 1961, era membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). O sepultamento ocorrerá nesta terça-feira (21/06), às 12h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, zona norte do Rio de Janeiro.
Trajetória de vida
Nascido na então Tchecoslováquia, na cidade de Brno, em 1920, Otto Richard Gottlieb viveu 72 anos de sua vida no Brasil. Em 1939, chegou ao Rio de Janeiro com a família, após passar pela Badingham College, na Inglaterra. Filho de mãe brasileira natural de Petrópolis (RJ), aos 21 anos optou pela nacionalidade brasileira.
Graduado em Química Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cientista trabalhou em diversas indústrias químicas do país e exterior. O pesquisador trabalhou inclusive por dez anos na indústria química do pai, que fabricava óleos essenciais da flora brasileira, utilizados como matéria-prima de perfumaria. Em seguida, concorreu e ganhou uma bolsa de estudos no então chamado Conselho Nacional de Pesquisas Científicas (CNPq), iniciando uma investigação sobre o isolamento de substâncias químicas de plantas e a determinação de sua estrutura.
Foto: Jorge Carvalho |
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Pesquisador do IOC, Otto Gottlieb. |
Otto Richard Gottlieb dedicou sua vida à preservação e ao estudo do patrimônio vegetal brasileiro. Com mais de 700 trabalhos publicados, Gottlieb sempre buscou uma resposta química para algum problema biológico. Estudou, entre outras espécies, as lauráceas e miristicáceas. Seus estudos sobre a canela trouxeram ao conhecimento público algumas aplicações medicinais, fitoterápicas e culinárias da espécie, além das propriedades aromáticas utilizadas na indústria cosmética.
João Paulo Soldati
20/06/2011
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