Ciência ao alcance da mão
A II Feira FAPERJ Ciência, Tecnologia & Inovação, que a fundação de amparo realiza nesta semana no Rio de Janeiro, contou, como na edição anterior, com a presença do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC foi um dos expositores convidados pela Fundação para divulgar seu trabalho na área de stands da feira. Espalhados por 75 estandes no Centro Cultural da Ação da Cidadania (CCAC), localizado na zona portuária do Rio, cerca de 300 pesquisadores, empreendedores e alunos com projetos financiados pela FAPERJ participaram dos dois dias de evento, que terminou nesta quinta-feira (30/06). Projetos em vários setores produtivos e áreas de conhecimento foram divulgados, como saúde, alimentos, meio ambiente, segurança pública, energias alternativas, agropecuária, dentre outros.
| Foto: Gutemberg Brito |
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De forma lúdica, a pesquisadora do LIEB/IOC, Anunciata Sawada, orienta os irmãos Gabriel e João Pedro sobre a biologia dos vermes. |
O trabalho de pesquisa básica e aplicada realizado pelo Laboratório foi o foco da exposição. Além de posters relativos às atividades realizadas, produtos e atividades educativas também foram apresentados. “A participação do IOC na Feira da FAPERJ não serve somente como uma ferramenta de divulgação do que é feito em termos de atividades de pesquisa e geração de conhecimento que pode se converter em um produto que traga benefícios para a população. Trata-se, também, de levar à sociedade aquilo que é feito com o recursos públicos e, principalmente, manter um canal de comunicação direto com a sociedade”, afirma Claudia Coutinho, pesquisadora do Laboratório.
Parcerias
O Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e parceiros de diversas instituições do Brasil vêm atuando no campo das ações de divulgação cientifica e educação em ciência e saúde, com diversos desdobramentos no campo da promoção da saúde. O Laboratório possui parceria com grupos de universidades públicas brasileiras (UFRJ, UFF, UENF e UFAM) e conta com financiamento da FAPERJ para o desenvolvimento de vários projetos, entre os quais se destaca o PRONEX, do Núcleo de Estudos de Receptores e Transdução de Sinal na Interface Pesquisa Básica-Pesquisa Clínica, (NERTS) - grupo de pesquisa multidisciplinar e multicentro (IOC/Fiocruz + UFRJ + UFF) que realiza pesquisa e ensino sobre receptores de membrana, suas vias de transdução de sinal e seu papel fisio-patológico.
Um dos projetos em curso, desenvolvido em parceria entre o IOC e a Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, é a capacitação comunitária para a prevenção da tuberculose e parasitoses através da educação popular participativa em saúde em comunidade de baixa renda do entorno do campus da Fiocruz, em Manguinhos. O objetivo é capacitar moradores do Complexo de Comunidades de Manguinhos, estimulando a articulação de estratégias de promoção da saúde e controle da tuberculose e parasitoses.
| Foto: Gutemberg Brito |
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Obra de arte em argila: cinco espécies de vermes ilustram o estande do IOC na II Feira da FAPERJ |
Outro destaque é a parceria entre o IOC e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). O projeto “Parasitoses do Norte Fluminense” oferece oito cursos de capacitação na área de saúde. “Estamos realizando este projeto há bastante tempo, em Campos dos Goytacazes”, conta o professor João Almeida, do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microrganismos da UENF.
Iniciativas
Esculturas coloridas de cinco espécies de helmintos (vermes) feitos de argila, de 10 a 15 cm de altura, foram expostas no estande para ilustrar o trabalho do projeto “Parasitoses”, desenvolvido para que os deficientes visuais interajam, facilitando o processo de aprendizagem. Os materiais também já foram expostos em comunidades carentes. “Este projeto inclui populações que estão em condições de risco e situação de vulnerabilidade, como deficientes visuais, terceira idade e comunidades de periferias urbanas”, explica o professor João Almeida, que coordena o projeto com o pesquisador Antonio Henrique Almeida de Moraes Neto, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC.
Segundo João Almeida, são realizados bate-papos em escolas, exibição de peças de teatro educativas com o objetivo de envolver as crianças sobre o perigo da tuberculose e verminoses, oficinas e palestras em associação de moradores nas periferias dos centros urbanos. “O indivíduo quando pensa em saúde, muitas vezes pensa só no remédio. Saúde vai além disso. Prevenção é a chave deste processo”, diz.
“Entendemos saúde como um todo e não um recorte. Hoje, a população usa as unidades de saúde para obter consultas. Entendo que saúde não significa isso. Significa o indivíduo ter acesso a informações contribuindo para a popularização da ciência. Esse elo entre academia e comunidade é importante”, conta Antonio Henrique.
Ciência também é coisa de criança
Quem disse que o mundo científico se restringe ao interior de laboratórios de pesquisas? Crianças de todas as idades, jovens e pais vieram ver de perto o que a Feira da FAPERJ proporciona. Uma das visitantes do evento, Letícia Nascimento destacou a importância de introduzir o público infantil ao universo micro e macro das ciências. “É importante os pequenos estarem acostumados a ver, conhecer e familiarizar com a ciência e tudo que diz respeito à saúde delas”, disse as jovem, que levou os sobrinhos de 4 e 2 anos ao evento.
| Foto: Gutemberg Brito |
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Letícia Nascimento, madrinha de Gabriel (no colo) e tia de João, incentivou a ida dos meninos à Feira. |
Segurando um palito de picolé em uma extremidade e, na outra, um pequeno cérebro branco de gesso a ser pintado, o pequeno Gabriel, sem saber do que se tratava, deu até nome aos vermes e lombrigas de argila expostos no estande do IOC: “É dinossauro!”, afirmou com convicção. Logo depois foi corrigido pela tia, que disse que aquilo não passava de um “bichinho muito malvado que vive no interior do nosso corpo”. Além de conhecimento, a feira proporciona momentos de pura descontração.
João Paulo Soldati
30/06/2011
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