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Memórias do IOC: edição chega ao site

A edição de junho da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível online gratuitamente. A revista destaca o estudo que identificou, pela primeira vez, indicativos da circulação do vírus do Oeste do Nilo em território brasileiro. Esse é a primeira confirmação através de evidência sorológica da presença do vírus, que teria infectado cavalos do Pantanal brasileiro. A descoberta é de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), cientistas argentinos, da Embrapa e do Centro de Pesquisa em Virologia da Universidade de São Paulo. A revista traz, ainda, estudos sobre leptospirose em animais silvestres do Pantanal, o monitoramento do rotavírus entre crianças em Goiânia (GO), além do estudo sobre o uso de atrativos e larvicidas em armadilhas  para a vigilância e o controle de mosquitos urbanos, como o Culex quinquefasciatus, em Recife. Para acessar a edição completa, clique aqui.

Vírus do Oeste do Nilo

Em artigo publicado nesta edição, cientistas divulgam a primeira confirmação da presença do vírus do Oeste do Nilo em território brasileiro. A presença de anticorpos neutralizantes para o vírus do Oeste do Nilo em cavalos do Pantanal é a primeira confirmação através de evidência sorológica de atividade do vírus no Brasil. A pesquisa foi iniciada em fevereiro de 2009, buscando identificar a presença do vírus em mosquitos, cavalos e jacarés do Pantanal.

O vírus do Oeste do Nilo pode infectar humanos e animais. Ele é transmitido através da picada de mosquitos que tenham se alimentado de aves infectadas, geralmente migratórias. Apenas 1% dos humanos infectados tem doença grave. Os infectados geralmente apresentam sintomas como os de um forte resfriado ou gripe, com fortes dores de cabeça. Em 1937, o vírus foi isolado pela primeira vez do sangue de uma mulher do nordeste da Uganda, na África. Logo depois, foi detectado em outras regiões da África, Oriente Médio, Ásia e Europa, até que, em meados da década de 1990, uma epidemia ocorreu em Bucareste, Romênia, com uma taxa elevada de manifestações neurológicas. Em 1999, o vírus do Oeste do Nilo  ressurgiu definitivamente como um problema de saúde pública mundial e preocupação veterinária, quando foi detectado pela primeira vez no Hemisfério Ocidental como a causa de surtos de encefalite em humanos e em equinos e com a mortalidade extensiva de aves no norte dos EUA. O vírus se espalhou rapidamente pelas Américas do Norte e Latina. Há relatos recentes de evidências de atividades sorológicas do vírus na Colômbia, Venezuela e especialmente na Argentina, onde anticorpos do vírus foram detectados em aves. O vírus foi isolado pela primeira vez na América do Sul a partir da análise de cavalos mortos por encefalite na Argentina, em 2006. O trabalho está disponível aqui.

Leptospirose

Estudo realizado entre 2002 e 2006 por pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, da USP, e do Instituto Brasileiro de Medicina da Conservação-Tríade, de São Paulo, mostra que carnívoros silvestres, cavalos e cães domésticos de uma reserva do norte do Pantanal e áreas contíguas, foram naturalmente expostos à infecção pela bactéria Leptospira spp. Os dados sugerem que as características peculiares deste bioma, tais como altas temperaturas e longos períodos de alagamento, podem favorecer a persistência bacteriana e a transmissão da doença. A leptospirose é uma zoonose que afeta a maioria dos mamíferos e está distribuída em todo o mundo. Várias espécies de animais domésticos e silvestres podem atuar como reservatórios da doença, especialmente os ratos, em cuja urina a bactéria pode ser abundante.

Rotavírus 

Estudo do monitoramento da circulação do rotavírus entre crianças após a introdução da vacina Rotarix™ em Goiânia, realizado por cientistas do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, revela que os aspectos epidemiológicos da infecção pelo rotavírus A (RVA) diferem entre as crianças de países desenvolvidos e em desenvolvimento, e que poderiam resultar em diferenças na eficácia da vacina. Para avaliar o impacto da Rotarix™ sobre a prevalência do RVA, foram monitorados os genótipos de RVA circulantes na capital do estado de Goiás por meio da análise de amostras de fezes de crianças de dois grupos: não vacinadas e previamente vacinadas. De fevereiro a novembro de 2008, 220 amostras de fezes foram coletadas de crianças em sete creches. O estudo verificou que em algumas crianças vacinadas com uma ou duas doses da vacina, e que apresentavam diarréia, houve infecção por RVA, sugerindo que a vacina pode não imunizar totalmente contra a infecção pelo menos contra o genótipo do RVA mais frequente na região, o G2[P4].

Armadilhas

O uso de atrativos e larvicidas em armadilhas de oviposição  é de amplo interesse para a vigilância e o controle de mosquitos urbanos. Uma pesquisa desenvolvida durante um ano pelo Departamento de Entomologia da Fiocruz-Pernambuco monitorou as flutuações temporais do pernilongo noturno Culex quinquefasciatus em Recife. Este mosquito, além de consistir em um importante incômodo para as pessoas, é transmissor da filariose linfática, que pode levar ‘a elefantíase. O estudo testou a combinação do pesticida biológico Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti) e a infusão de gramínea (GI) nas armadilhas (BR-OVT), que foram testadas em sua capacidade de atração dos mosquitos. Além de aumentar a segurança das armadilhas uma vez que as larvas nascidas morreriam ao ingerir o biolarvicida, esta combinação seria potencialmente útil como uma estratégia de controle com base na captura de ovos do mosquito.  No estudo, as armadilhas instaladas nos quintais de dez casas em Recife, por um período de 45 dias, mostraram que as fêmeas preferem ovipor em armadilhas contendo Bti. Os dados mostram que a BR-OVT contendo GI e Bti é sensível o suficiente para demonstrar a atividade reprodutiva contínua de C. quinquefasciatus na área de estudo durante todo o ano e para acompanhar as flutuações temporais na densidade populacional.

Para acessar a edição completa, clique aqui.

João Paulo Soldati

08/08/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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