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Investigação de estratégias do T. cruzi dá prêmio ao IOC

Um estudo que pode ajudar no desenvolvimento de marcadores capazes de apontar a presença do parasito Tripanosoma cruzi em hospedeiros assintomáticos, de forma precoce e ainda na fase aguda da doença de Chagas, rendeu ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) o prêmio de melhor Apresentação Oral no XXVII Encontro Anual da Sociedade de Protozoologia e XXXVIII Encontro Anual de Pesquisa Básica em doença de Chagas, realizado em Foz do Iguaçu de 19 a 21 de setembro. Apresentado pela aluna de pós-doutorado, a pesquisadora visitante Poliana Deolindo, e orientado pelo pesquisador Marcel Ramirez, ambos do Laboratório de Biologia Molecular de Parasitas e Vetores do IOC, o projeto identificou um novo mecanismo de evasão parasitária ao analisar a interação do protozoário com as células do sistema defensivo dos hospedeiros mamíferos e pode ajudar a criar métodos para detecção da presença do T. cruzi no organismo.

 Foto: Lab. de Biologia Molecular de Parasitas e Vetores

 

Microvesículas são liberadas da membrana dos monócitos após contato com formas infectivas do T.cruzi, auxiliando o processo de infecção do parasita. A imagem mostra os monócitos THP-1 corados com DAPI(núcleo em azul) e PKH-26 (membrana em vermelho).

A pesquisa analisou um possível mecanismo utilizado pelo protozoário para burlar o sistema imune dos mamíferos. “Os resultados de testes in vivo e in vitro apontam que, ao entrar em contato com os monócitos, células responsáveis pela defesa do nosso organismo, o T. cruzi os induziria a liberar microvesículas, formadas essencialmente por lipídeos e proteínas, que seriam utilizadas pelo parasito para superar as defesas do organismo e para facilitar sua entrada em células hospedeiras, onde pode realizar sua reprodução”, explica Marcel. “Considerando que a fase aguda da doença de Chagas é, em geral, assintomática e que pode levar décadas para que a forma crônica se manifeste, a identificação de marcadores que sinalizem a infecção de células pelo T. cruzi no organismo poderia levar ao diagnóstico precoce da doença”, destaca.

 Foto: Lab. de Biologia Molecular de Parasitas e Vetores

 

 Marcel e Poliana durante a atividade de pesquisa que rendeu o prêmio

 O trabalho vencedor foi escolhido entre outros 60 na categoria Apresentação Oral sobre o tema Biologia Celular. O pesquisador ressalta a importância do prêmio para o reconhecimento da pesquisa básica e da excelência do conhecimento gerado no Instituto. “Premiações como esta são muito importantes para a valorização da pesquisa básica no Brasil, que muitas vezes enfrenta mais dificuldades, por ser demorada ou não ser aplicada de forma imediata em melhorias na saúde pública”, avalia Marcel. “Além disso, como o evento contou com a participação de pesquisadores de diversas partes do Brasil e do mundo, o desempenho do IOC reforça seu papel de prestígio internacional e sua importância na produção de conhecimento de fronteira na área da biologia celular e molecular”, finaliza.

Marcelo Garcia

29/09/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz). 

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