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Esquistossomose no Rio de Janeiro é tema de encontro

No início desta semana, entre os dias 10 e 11 de outubro, representantes das secretarias de saúde de 34 municípios do Estado do Rio de Janeiro, além do Ministério da Saúde e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, participaram de encontro sobre a esquistossomose no Rio de Janeiro, realizado numa parceria entre o Laboratório Central Noel Nutels (LACEN/RJ) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O objetivo principal do evento foi a apresentação do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose e Geo-Helmintoses, organizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, que terá início ainda este ano no Estado do Rio de Janeiro, a exemplo do que vem sendo feito nos outros estados.

Na segunda-feira (10/10), foram apresentados os aspectos clínicos, de diagnóstico e tratamento da esquistossomose por Paulo Zech Coelho, do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz-Minas), coordenador do Inquérito  Nacional para a Região Sudeste,  e o Programa de Controle e Vigilância da doença. “O Programa Estadual de Esquistossomose registrou, em 2001, mais de 270 casos da doença. Neste ano, foram menos de 50”, afirmou Patrícia Moza, gerente da Esquistossomose da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. “Dos municípios que acompanhamos, Barra Mansa vem se destacando no controle da doença. O programa Saúde da Família é um parceiro importante nesta tarefa”, conta.

 Foto: Gutemberg Brito

 

 Espécie do gênero Biomphalaria, vetor da esquistossomose.

A especialista Monica Ammon Fernandez, do Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), apresentou um panorama da distribuição de hospedeiros intermediários da esquistossomose no Estado do Rio. “Estamos sempre atentos à distribuição das espécies naturais de caramujo que transmitem a doença. Biomphalaria tenagophila, B. straminea e B. glabrata são vetores presentes no estado fluminense”, afirma a especialista. Segundo Monica, na capital já houve registros de casos de esquistossomose no Alto da Boa Vista, Jacarepaguá e em Santa Cruz nos anos de 1953, 1985, 1991 e 1998.

A malacologista do IOC ilustrou brevemente a biologia dos vetores, o ciclo de vida e como fazer a identificação das espécies destes moluscos, destacando a importância de reciclagem do conhecimento na área. Cursos de Atualização e de Especialização em Malacologia de Vetores são oferecidos pelo IOC para capacitar profissionais municipais e estaduais que atuam em saúde pública.

 Foto: Gutemberg Brito

 

 Biomphalaria tenagophila, B. straminea e B. glabrata são as três espécies encontradas no estado do Rio de Janeiro.

“Além dessas capacitações, recebemos amostras de todo o Brasil para exame parasitológico e identificação dos vetores da esquistossomose”, conta Monica. De acordo com ela, pesquisas de campo são fundamentais para encontrar os focos da doença. “As cidades de Paraty, Mesquita e Arraial do Cabo são as únicas em que não foram encontradas a espécie B. tenagophila, mas isso não quer dizer que ela não exista nestas regiões”, pontua, justificando a necessidade de vigilância permanente.

Para o técnico do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose do Ministério da Saúde, Álvaro Luiz Marinho Castro, os municípios podem fazer mais. “Acredito que há possibilidade dos municípios ampliarem os programas de controle da doença, uma vez que eles têm o incentivo do Inquérito Malacológico Nacional (Complementação da Carta Planorbídica Brasileira), além do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose e de Geo-Helmintoses, ambos da Secretaria de Vigilância em Saúde [SVS], que estão tendo início”, conclui.

Segundo a pesquisadora Silvana Thiengo, responsável pelo Inquérito Malacológico nos estados da Bahia e Rio Grande do Norte, no combate à esquistossomose é essencial investir em educação ambiental e educação em saúde. “Temos que informar a população e não alarmá-la”, sublinha a chefe do Laboratório de Malacologia do IOC, o qual atua como Referência Nacional em Malacologia Médica junto ao Ministério da Saúde.

No dia seguinte, o coordenador Nacional do Inquérito, Naftale Katz, da Fiocruz-Minas, explicou aos profissionais dos 23 municípios previamente sorteados, os detalhes técnicos da operacionalização das atividades do Inquérito.

João Paulo Soldati

13/10/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

 

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