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Memórias do IOC: nova edição disponível online

Está disponível online para acesso gratuito a nova edição da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. O destaque fica por conta do estudo inédito utilizando modelagem matemática de pesquisadores da Fiocruz que considera a descoberta de que a fêmea do Aedes aegypti, uma vez infectada pelo vírus da dengue, fica mais ativa, resultando no potencial de infectar mais pessoas num curto intervalo de tempo. A revista traz, ainda, estudo de universidades paulistas sobre a presença de fungos em unidades de hemodiálise. Novas estratégias para o tratamento quimioterápico da fase crônica da doença de Chagas e o estudo dos genótipos dos fungos patogênicos Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii também são tema de artigos. Para acessar a edição completa, clique aqui.

Aedes mais agitado

Estudo inédito realizado numa parceria entre o Laboratório de Biologia Molecular de Insetos e o Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra alguns dos potenciais impactos na transmissão do dengue decorrentes da infecção pelo vírus na biologia e no comportamento do Aedes aegypti. Foi verificado que a infecção com o vírus aumenta a atividade locomotora da fêmea do mosquito em mais de 50%. Assim, de acordo com os autores, o vetor da doença pode localizar o hospedeiro mais rapidamente e, como consequência, elevar o número de picadas, decorrendo daí, possivelmente, uma maior chance da fêmea infectada de transmitir o vírus.

Fungos e hemodiálise

Pacientes com problemas renais correm mais riscos de infecções fúngicas do que indivíduos saudáveis. Foi pensando na hemodiálise, um tratamento que permite eliminar o excesso de resíduos tóxicos do sangue do paciente, que pesquisadores de duas universidades paulistas, a Universidade de Franca (UNIFRAN) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP), analisaram amostras de fungos, identificado previamente como Candida parapsilosis, para testar sua habilidade de formar biofilmes nos materiais hospitalares usados para a hemodiálise e avaliar sua suscetibilidade a agentes antifúngicos. A contaminação por estes fungos pode levar a quadros graves de infecção hospitalar. Os isolados de C. parapsilosis têm sido recentemente relatados como fisiologicamente indistinguíveis, porém geneticamente heterogêneos, indicando a existência de um complexo composto por três espécies distintas, C. parapsilosis, C. orthopsilosis e C. metapsilosis. Utilizando técnicas moleculares, os pesquisadores analisaram 100 amostras classificadas anteriormente como C. parapsilosis, coletadas em unidades de hemodiálise. Após os testes, porém, as amostras foram classificadas como sendo 47 delas C. orthopsilosis e 53 C. parapsilosis. O estudo também mostrou que 72 dessas cepas foram capazes de formar biofilmes estruturalmente similares, mas com pequenas diferenças em sua morfologia. Os pesquisadores analisaram, então, a suscetibilidade destes biofilmes a medicamentos antifúngicos, como fluconazol e anfotericina, identificando uma grande resistência a estes agentes. Os resultados poderão servir como uma base importante para implementar medidas de controle de qualidade e monitoramento, e para assegurar a qualidade da água utilizada no processo de diálise.

Criptococose

Os genótipos dos fungos Cryptococcus neoformans (presente em todo o território nacional) e Cryptococcus gattii (endêmica nos estados do Norte e Nordeste) foram alvos de pesquisa desenvolvida por cientistas do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, de Teresina (PI), com o objetivo de fornecer novas informações sobre a epidemiologia molecular destes micro-organismos. A infecção por estes fungos se dá pela inalação de esporos (frequentemente localizados em detritos de pombos), que se multiplicam rapidamente no pulmão. Os dois fungos alvos do estudo causam a criptococose, uma doença que atinge indivíduos com baixa imunidade, podendo evoluir para um tipo de meningite grave. A pesquisa avaliou 63 cepas recuperadas do líquido cefalorraquidiano (líquor) de pacientes diagnosticados com meningite entre 2008 e 2010, na capital piauiense. O estudo identificou que, dos 63 pacientes observados, mais da metade (37) eram HIV-positivos, sendo que 18 (48%) vieram a óbito. Porém, a letalidade foi elevada em HIV-negativos, chegando à metade dos casos. A análise molecular mostrou que 38% das amostras eram C. gattii do genótipo VGII, a qual foi agente de meningite em crianças e jovens, revelando que a doença já está presente e que a infecção é adquirida precocemente no Piauí.

Doença de Chagas

Artigo de revisão publicado por José Rodrigues Coura e José Borges Pereira, cientistas do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, sugere que a fase crônica da doença de Chagas deve ser tratada de forma mais ampla, a fim de eliminar o Trypanosoma cruzi, evitar novos focos inflamatórios e a extensão das lesões teciduais, além de promover a regeneração de tecidos para prevenir a fibrose, dentre outros aspectos. Os autores propõem estratégias novas para o tratamento quimioterápico da fase crônica do agravo, como, por exemplo, repetidos tratamentos de curta duração durante 30 dias consecutivos e combinações de drogas com diferentes mecanismos de ação.

Para acessar a edição completa, clique aqui.

João Paulo Soldati

19/10/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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