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Colaboração em pesquisa e ensino em debate entre IOC e Fiocruz Ceará

O encontro entre Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Fiocruz Ceará, realizado em Fortaleza, nos dias 3 e 4 de novembro, gerou importantes expectativas para as duas esferas da parceria. O objetivo foi realizar a prospecção de parcerias em pesquisa e ensino. Uma delegação composta por dez pesquisadores do IOC esteve reunida com diversos pesquisadores do estado do Ceará, convidados pelo representante da Fiocruz no Estado, o sanitarista Carlile Lavor. A Fiocruz está intensificando suas ações no Ceará, onde o governo estadual já doou o terreno e assegurou os recursos para iniciar a obra de construção da sede em 2012. Por enquanto, um escritório de representação está em funcionamento.

Participaram do encontro lideranças dos três grandes campos de atuação que a Fiocruz pretende desenvolver no Ceará: Farmacologia, Produtos Naturais e Inovações Terapêuticas; Doenças Infecciosas e Crônico-degenerativas; e Saúde da Família. Mais de 40 pesquisadores da UFC, da UEC, da URCA, do Lacen, da Secretaria de Saúde, da Escola de Saúde Pública e de outras instituições da capital e do interior estiveram presentes nos dias dedicados a cada um dos temas. Um Mestrado Profissional com 100 vagas na primeira turma foi estruturado pela Fiocruz com a parceria de mais 15 instituições do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Maranhão, e recebeu 2 mil candidatos. Foram entrevistados 300 inscritos para que se chegasse à seleção final dos 100 alunos da primeira turma.

Na delegação do IOC, cuja viagem foi custeada pela Presidência da Fiocruz, participaram os laboratórios que já haviam manifestado interesse em participar desde que o Grupo de Trabalho para essa cooperação foi composto, em 2007, bem como outros laboratórios que já vêm desenvolvendo pesquisas naquele Estado. Ao final dos dois dias intensos de apresentações e conversas, ficaram definidas algumas linhas de interesse principais.

 

 

Os pesquisadores do IOC e do Ceará foram unânimes em declarar sua satisfação com o resultado alcançado e em parabenizar as duas direções pela iniciativa e a presidência da Fiocruz pelo apoio

 

A primeira delas é em Ensino: o IOC ajudará a UFC a constituir e propor seu Doutorado em Patologia, por meio de um processo Capes via “Dinter” (Doutorado inter-institucional), no qual uma instituição com Pós-graduação nota 6 ou 7 auxilia uma instituição com Pós-graduação nota 3 ou 4 a atingir metas mais robustas de produtividade acadêmica. Para isso, foi composto um Grupo de Trabalho, liderado no IOC pela vice-diretora Helene Barbosa, que vai estruturar o Dinter com as linhas de pesquisa em: Leishmanioses (clínica e vetores), Doença de Chagas, Dengue, DSTs e Hepatites, Hanseníase, Esquistossomose e o processo de transposição do rio São Francisco, HIV e co-infecções.  Arboviroses, hantaviroses e micoses também foram temas listados, porém em segunda prioridade.

Ainda em Ensino, o IOC divulgou a iniciativa de captação de projetos de doutorado vinculados ao Plano Brasil sem Miséria e há fortes possibilidades de recebermos candidaturas locais, inclusive para propostas de co-orientação com docentes do Rio e do Ceará. Além disso, o IOC já está realizando seu curso de Especialização em Entomologia Médica no Ceará, para formar 22 entomólogos, a pedido da Secretaria de Saúde do Estado, que agora pede para que também o curso de Especialização em Malacologia seja oferecido localmente – solicitação em análise neste momento. Já os cursos de Especialização do IOC em Ensino em Biociências e Saúde e em Ciência, Arte e Cultura na Saúde estimularam idéias nos participantes da área de saúde pública, que se propuseram a apresentar sugestões de parcerias em pesquisa e ensino.

No campo da Pesquisa, além dos temas identificados como prioritários para o Dinter, nos quais projetos poderão ser concebidos e propostos, as seguintes linhas também se apresentaram como promissoras: Inovação e Tecnologia de Vacinas, Farmacologia Clínica e Toxicologia, Educação e Promoção da Saúde, Educação Popular com Arte e Ciência.

A Diretoria do IOC ficou responsável por encaminhar as minutas de acordos de cooperação com as Universidades presentes, e de ampliar o atual acordo já existente para a vigilância e a pesquisa em vetores de Leishmanioses. Para cada ação e tema foi indicado um pesquisador responsável no Ceará para ancorar parcerias, e o IOC ficou responsável por indicar seu(s) parceiro(s) no Rio de Janeiro.

Ao final, numa rodada de avaliação do evento, os participantes foram unânimes em declarar sua satisfação com o resultado alcançado e em parabenizar as duas direções pela iniciativa e a presidência da Fiocruz pelo apoio. Laços existentes foram reforçados, parcerias potenciais e temas de interesse comum foram identificadas. Margarida Pompeu, da UFC, expressou sua surpresa com a qualidade e o produto da discussão, e destacou “a beleza desse momento, que alia investimentos da reitoria e cooperação com a Fiocruz”. Helene Barbosa ressaltou que “a lista de compromissos assumidos é grande e que se realizarmos 20% teremos um ponto positivo para ampliação posterior, sendo a oportunidade das bolsas de doutorado em apoio ao Brasil sem Miséria um excelente ponto de partida para a interação Rio-Ceará”.

Uma fala da pesquisadora Joseli Lannes resumiu o espírito geral: “Esse encontro me lembra a situação da região do rio São Francisco: o solo é bom, o trabalhador é ótimo, falta irrigar. A Fiocruz tem esse papel de ir onde o problema está, não como senhora do conhecimento, mas como elo para a transformação local. Isso é a historia da Fiocruz, do controle das endemias do Rio de Janeiro no inicio do século passado”, afirmou.

Segundo Carlile, foi um prazer ouvir toda a riqueza que os pesquisadores do Ceará podem aportar para a pesquisa conjunta. Já o pesquisador do IOC Válber Frutuoso opinou que a ciência se faz em grupo, e não isoladamente. “Esse encontro foi extremamente gratificante, o objetivo do seminário foi cumprido e a integração apontada”, disse. Anastácio Queiroz, da UFC, completou: “O Prof. Carlile acredita nas coisas, e eu estou muito confiante; isso requer que trabalhemos nos compromissos que estamos assumindo”, pontuou.

A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, relembrou o Seminário de novembro de 2007, quando a pergunta ainda era se uma Unidade da Fiocruz seria necessária no Ceará, e comparou com o momento atual, quando um Mestrado Profissional já está funcionando, parcerias na pesquisa em Hanseníase já estão ativas, e um evento como o que acaba de ocorrer deixa a todos entusiasmados. “Será um momento muito produtivo para que o IOC possa contribuir ainda mais para a consolidação da Fiocruz com abrangência mais descentralizada no território nacional, em particular o Nordeste”, disse.

 

10/11/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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