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Estrutura renovada e ampliada para as imagens da ciência

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Na inauguração das novas instalações da Plataforma de Microscopia Eletrônica Rudolf Barth, Instituto presta homenagem a um dos articuladores do acordo técnico-científico com a Alemanha que, há 35 anos, deu origem ao antigo Centro de Microscopia Eletrônica

Modernos equipamentos, instalações renovadas e maior integração com a comunidade científica: é assim que a Plataforma de Microscopia Eletrônica Rudolf Barth do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abre suas portas nesta sexta-feira (25/05), como um dos eventos comemorativos dos 112 anos do Instituto. Atualmente, o espaço multiusuário atende cerca de 30 Laboratórios de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, através de projetos de pesquisa, além de dissertações e teses desenvolvidas nos Programas de Pós-Graduação do Instituto.

A Plataforma tem capacidade de instalação para seis microscópios eletrônicos e salas para processamento de material biológico com equipamentos de apoio para as diferentes modalidades de microscopia. A Plataforma traz como novidade a aquisição recente de três microscópios eletrônicos, sendo dois de varredura e um de transmissão, por meio de recursos do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS), ligado à Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz.

Gutemberg Brito

 

 A gerente da Plataforma, Suzana Corte-Real, opera o novo microscópio eletrônico de transmissão

A vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Mariza Morgado, afirma que a principal vantagem na reestruturação tecnológica da Plataforma é a possibilidade de ampliar e flexibilizar a utilização dos equipamentos. “Além disso, no segundo semestre convocaremos um profissional concursado por meio de vaga de expansão para atuar na Plataforma, o que vai otimizar os serviços oferecidos para esses usuários”, explica.

 Setor de Imagens do IOC

 

O microscópio de varredura é capaz de ampliar em cerca de 300 mil vezes imagens de bactérias, protozoários e células

 De acordo com a gerente da Plataforma e pesquisadora do Laboratório de Biologia Estrutural do IOC, Suzana Corte-Real, a incorporação dos antigos microscópios eletrônicos e seus equipamentos acessórios aos novos microscópios, com instalações físicas comparáveis aos grandes centros de microscopia internacionais, configura um importante avanço institucional nas linhas de pesquisa da Fiocruz envolvendo análise ultraestrutural. O caráter multiusuário que caracteriza as plataformas promove maior acesso da comunidade científica a estas tecnologias.

Gutemberg Brito

 

Ampliação do acesso aos novos microscópios de alta tecnologia também beneficiárá pesquisadores de instituições externas à Fiocruz

Suzana explica que o acesso à Plataforma se dá a partir de agendamento eletrônico, encaminhando o resumo do projeto e a justificativa de uso. Esses dados servirão para o cadastro do projeto no sistema de controle da Plataforma. “Temos profissionais para auxiliar os usuários, mas se o pesquisador estiver apto a operar o equipamento, pode fazer seu trabalho sozinho por até três horas”, explica a gerente da Plataforma. Além disso, a infra-estrutura de funcionamento da Plataforma é assegurada através do Departamento de Apoio Técnico e Tecnológico do IOC (DATT).

Novo capítulo

A inauguração da Plataforma é o novo capítulo de uma história que teve início na década de 40, quando foi instalado o primeiro microscópio eletrônico no Brasil e cuja história é contada pelo ex-diretor do IOC Olympio da Fonseca na publicação sobre os 50 anos do Instituto. Na década de 70, a ideia foi retomada e em 1977 foi criado o primeiro Centro de Microscopia Eletrônica do IOC. Na ocasião, o governo alemão, através do Instituto Bernhard-Nocht de Medicina Tropical (BNI), firmou um convênio de cooperação técnico-científica com o Ministério da Saúde que incluía a doação de equipamentos, treinamento de equipe técnica do IOC, além do desenvolvimento de projetos conjuntos com pesquisadores brasileiros em temas como doença de Chagas e Leishmaniose.

 Setor de Imagens do IOC

 

Dr. Heinz Mühlpfordt (sentado) explica o funcionamento do microscópio de transmissão ao então presidente Ernesto Geisel

O chefe da missão científica alemã, Heinz Mühlpfordt, foi o responsável por treinar o técnico Batista, até hoje em atividade no setor, e pesquisadoras como Suzana Corte Real, atual gerente da plataforma e Monika Barth, chefe do laboratório de Morfologia e Morfogêneses Viral e, também, filha do cientista Rudolf Barth, que dá nome à Plataforma.

 Setor de Imagens do IOC

 

Pesquisadores e ajudantes reunidos para comemorar a inauguração do primeiro Centro de Microscopia Eletrônia do IOC, em 1977

Sobre Rudolf Barth

O cientista Rudolf Barth foi um dos articuladores do acordo técnico-científico estabelecido com a Alemanha e participou das atividades realizadas com os primeiros modelos de microscópio eletrônico trazidos ao Brasil.

 Setor de Imagens do IOC

 

Ao longo de quase 30 anos dedicados ao IOC, Rudolf Barth publicou 190 artigos científicos

Nascido em 1913 na cidade de Dortmund, na Alemanha, Rudolf Barth estudou Zoologia na Universidade de Bonn, onde também obteve o grau de doutor, em 1937. Durante a Segunda Guerra Mundial, estudou Física Teórica na Universidade de Berlim (1941) e Meteorologia em Berlim e Lueben. Trabalhou dez anos como Chefe Regional da Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, foi meteorologista do aeroporto de Berlim e Conselheiro Científico da firma Boehringer-Ingelheim.

Desiludido pela guerra, Rudolf e a esposa Lilli Barth decidiram emigrar com seus dois filhos – Ortrud Monika e Ulrich – para o Brasil, onde o irmão de Rudolf já havia se estabelecido como funcionário da Bayer. Em dezembro de 1949, junto com outros mil alemães, embarcaram no navio de guerra brasileiro Duque de Caxias no porto de Hamburgo, rumo ao Rio de Janeiro. Ele trazia uma carta de recomendação de seu ex-orientador, o Prof. Reichensperger, destinada a um colega de pesquisas, o Padre Thomas Borgmeier, franciscano do Convento Santo Antônio no Rio de Janeiro e especialista em formigas. Borgmeier apresentou Rudolf ao então Diretor do Instituto Oswaldo Cruz, Dr. Olympio da Fonseca. Em março de 1950, por meio de uma bolsa do Ministério da Saúde, ingressou como cientista no IOC e, ao longo dos quase 30 anos de dedicação, publicou mais de 190 artigos científicos. Ele faleceu em 1978.

 

25/05/2012

Isadora Marinho

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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