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Primeira defesa em Biodiversidade e Saúde

Primeira dissertação desenvolvida no programa inaugura a produção científica do corpo discente

Com apenas um ano de existência, a Pós-Graduação em Biodiversidade e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) começou a colher os primeiros frutos na sexta-feira (29/06), com a defesa da primeira dissertação desenvolvida por um aluno do curso. De autoria de Rebecca Caetano, que desenvolveu seu projeto de mestrado no Setor de Entomologia Médica e Forense do Laboratório de Transmissores de Leishmaniose do IOC, o estudo analisa a ocorrência de dípteros caliptrados no campus da Fiocruz em Manguinhos durante a primavera e o outono. Estes insetos atuam como transmissores de doenças e, além disso, são utilizados pela perícia criminal em investigações envolvendo cadáveres e negligência com incapazes, como idosos e bebês. A orientação coube à pesquisadora Margareth Queiroz.

Idealizador e coordenador da Pós, o pesquisador Cléber Galvão assistiu à defesa e disse estar muito satisfeito com a qualidade do estudo, que trouxe dados inéditos sobre a procedência das espécies necrófagas presentes na região. Foi constatada, por exemplo, a predominância de moscas exóticas oriundas do continente africano e o consequente desalojamento das espécies endêmicas – além da presença de outras espécies que até então não haviam sido relatadas na literatura. A banca examinadora foi composta apenas por especialistas em entomologia médica e forense: o pesquisador José Roberto Pujol-Luz, da Universidade de Brasília; José Mário de Almeida, da Universidade Federal Fluminense; e Rubens Pinto de Mello, do IOC.  

Setor de Imagens do IOC

Pujol-Luz, Almeida e Mello (IOC) compuseram a banca examinadora da tese de Rebecca, orientada por Margareth 

Para atrair os insetos, foram utilizadas carcaças de porco em decomposição, posicionadas estrategicamente em três localidades do campus durante a primavera de 2007 e 2008 e o outono de 2008 e 2009 – período no qual Rebecca era aluna de Iniciação Cientifica de Margareth. A análise das larvas e pupas de  moscas permite estimar o intervalo pós-morte, se houve deslocamento de cadáver e até mesmo permite inferir dados sobre consumo de entorpecentes. “O estudo auxilia também a montar um banco de dados do estado do Rio de Janeiro para uso da polícia, mostrando as espécies que existem aqui”, explica Rebecca. O perfil das populações de insetos pode ser estendido a outras localidades da cidade que apresentem condições semelhantes às observadas em Manguinhos, como a presença
de comunidades carentes, esgoto a céu aberto e grande concentração de pessoas.

Doutorado em Cuba

Em agosto, Rebecca já dá o próximo passo na carreira: viaja a Cuba por meio do Programa de Cooperação Internacional Capes/MES-Cuba, que concedeu à orientadora Margareth Queiroz bolsas de doutorado sanduíche e de missão de trabalho para um de seus projetos, também vinculado à Pós-Graduação em Biodiversidade e Saúde. Mais uma vitória para o curso.

De acordo com Margareth, o projeto será desenvolvido nos próximos quatro anos em parceria com a Universidade do Oriente, em Santiago, e tem a finalidade de estudar como extratos vegetais da flora cubana com ação inseticida podem ser aplicados no controle de moscas. “É um inseto muito resistente que sente o cheiro de alimentos a 18km de distância e leva colônias de microorganismos consigo, infectando qualquer local em que pouse”, explica Margareth. Dentre os 40 aprovados, o projeto da pesquisadora ficou em primeiro lugar. “O IOC e o curso saem prestigiados com nossa conquista”, ressalta a pesquisadora.

Cléber ressalta que as demais Pós-Graduações já tinham uma demanda muito grande e que não era possível ampliar o quadro de professores, alunos e incluir novas linhas de pesquisa em nenhuma delas. “Por isso a criação do programa em Biodiversidade e Saúde foi tão importante: somou linhas de pesquisa mais direcionadas às temáticas de zoologia, taxonomia, sistemática, ecologia e biologia de vetores e parasitos”, disse. “Não fosse pela criação do curso de Biodiversidade e Saúde, eu não poderia ter desenvolvido minha tese de mestrado dentro do IOC”, finalizou Rebecca.

 

Isadora Marinho
06/07/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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