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Na bagagem, conhecimento

Após seis meses de estágio nos laboratórios do Instituto para aprendizado científico, grupo de haitianos se despede do IOC

Um acordo de Cooperação Internacional Brasil-Cuba-Haiti, realizado entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Ministério das Relações Exteriores e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), permitiu que cinco profissionais haitianos passassem seis meses nos laboratórios do IOC para a realização de um estágio. Nesta quinta-feira, 08 de novembro, uma cerimônia, no Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris), marcou o encerramento da experiência.

Os especialistas, que atuam no Laboratório Nacional de Saúde Pública (LNSP) do Haiti, tiveram a oportunidade de aprender sobre técnicas de pesquisa que possam ser replicadas no país. Antes da viagem, os haitianos participaram de um curso de língua portuguesa, completando o ciclo básico no Brasil. Uma capacitação em biossegurança também foi oferecida pela Fiocruz para que eles aprendessem as regras básicas para o trabalho em laboratórios.

 Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz

 

 Ricardo Jules, Sangto Sénat, Molène Cadet e Lucnel Francoeur levarão para o Haiti as experiências adquiridas nos laboratórios do Instituto

Chefe do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC, Teresa Fernandes Silva do Nascimento, ressaltou a troca cultural como um dos pontos positivos do projeto. Ao lado da pesquisadora Nildimar Alves Honório, ela foi a orientadora de Ricardo Jules. Desde maio, o biomédico realizou estágio em diversos laboratórios do IOC, participou de aulas dos cursos de Pós-graduação e acompanhou trabalhos de campo, obtendo conhecimento na entomologia de vetores de várias doenças. “Fizemos um cronograma para que ele pudesse ter uma visão geral das metodologias utilizadas em cada área de pesquisa”, contou Teresa. O entrosamento do aluno foi tão grande que ele esteve presente no XVIII Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, realizado em setembro, expondo suas ideias em uma das mesas-redondas. “Ele sempre mostrou grande interesse de levar os ensinamentos para melhorar a saúde em seu país”, completou a pesquisadora.

Jules atuou na ONG francesa The Mentor Initiative, logo após o terremoto no Haiti, em 2010. A experiência foi fundamental para que ele conhecesse ainda mais os problemas de saúde haitianos. “O sistema de saúde pública onde moro está em desenvolvimento. Aqui no Instituto aproveitei ao máximo o tempo e aprendi muito, apesar de a ciência ser ampla e saber que tenho um longo caminho pela frente”, afirmou o biomédico. O conhecimento em entomologia médica será uma grande chance para ele, já que no Haiti existe apenas um entomologista, que está prestes a se aposentar. “Será uma responsabilidade e sei que terei muito trabalho a fazer. Mas estou disposto e quero ajudar o meu país”, concluiu.

 Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz

 

 Até 2014, o projeto de Cooperação Internacional prevê que novos profissionais venham estudar no IOC

Formada em Biomedicina, Molène Cadet, vai levar de volta na bagagem tudo o que aprendeu no Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do IOC sobre genotipagem e diagnóstico de rotavírus, além de outros vírus causadores da gastroenterite. O país disponibilizará, em breve, a vacina contra o rotavírus, e a biomédica estará apta a auxiliar em sua implementação. “Com os métodos e técnicas aprendidos nos laboratórios do IOC, especialmente na diferenciação dos vírus de gastroenterites, pretendo contribuir para a saúde pública no meu país”, declarou.

Orientador de Mòlene e chefe do laboratório, José Paulo Gagliardi Leite, destacou como ponto fundamental da iniciativa o intercâmbio de ideias e a discussão de projetos de pesquisa entre os países. “O projeto é uma experiência de grande valor científico e social. Os ensinamentos foram dados; agora é preciso colocar em prática. Tenho certeza que ela fará diferença após esse intercâmbio”, afirmou. José Paulo lembrou ainda que as diarreias contagiosas são a segunda maior causa de mortalidade e morbidade infantil nos países em desenvolvimento. O projeto de Cooperação Internacional envolveu, ainda, os Laboratórios de Enterovírus, de Malária e de Flavivírus do IOC.


Manoela Andrade
08/11/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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