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Brasil e Moçambique: avanço na parceria acadêmica

Defesa de dissertação encerra mais uma etapa de formação de pós-graduandos vindos de Moçambique. A iniciativa faz parte do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e visa à formação de cientistas

Há pouco mais de dois anos, cinco estudantes moçambicanos desembarcaram no Brasil com uma missão: dar início ao curso de mestrado acadêmico em Medicina Tropical, com a área de concentração em virologia, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A iniciativa, que integra um convênio entre o Instituto Nacional de Saúde (INS), em Moçambique, e a Fiocruz, faz parte do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – conjunto de ações de aproximação entre o Brasil e os países africanos de Língua Portuguesa. O objetivo é formar mestres e doutores que possam, com base nos conhecimentos obtidos, impactar na situação da saúde local.

 Divulgação

 

 Estudantes moçambicamos concluem mestrado no Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC

A iniciativa é um desdobramento do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Fiocruz, capitaneada pelo IOC e realizado em parceria com o INS, coordenado pelos pesquisadores Ilesh Jani (INS) e Wilson Savino (IOC/Fiocruz). A defesa da dissertação ‘Identificação de enterovírus em casos esporádicos de meningite asséptica de pacientes de Moçambique’ encerrou o ciclo de formação do mais recente grupo de pós-graduandos moçambicanos, que defenderam suas dissertações entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. 

Orientada pelos pesquisadores Edson Elias da Silva, Eliane Veiga da Costa e Ilesh Jani, a mestranda Gabriela do Carmo Pinto apresentou os resultados do estudo sobre a detecção de enterovírus em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) coletadas de casos esporádicos de meningite asséptica, em Moçambique, no período de julho de 2011 a janeiro de 2012. Diante da necessidade do conhecimento da epidemiologia dos agentes etiológicos virais das meningites assépticas em seu país, Gabriela do Carmo destaca a relevância da iniciativa. “O estudo será útil para a implantação de futuras ações por parte dos serviços de saúde de Moçambique”, pontua.

Transferindo conhecimento
O mestrado foi cursado no Brasil, mas as pesquisas foram realizadas a partir de amostras coletadas em Moçambique, refletindo o interesse de pesquisa em relação às demandas do país.

De acordo com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do IOC, Filipe Aníbal Carvalho Costa, o ciclo de formação de virologistas para o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique ilustra o princípio básico que norteia a Cooperação Sul-Sul, que é o seu caráter estruturante, indutor de capacidades locais. “Países como o Brasil e, nestes, instituições como a Fiocruz, assumem um papel de destaque, devido a sua reconhecida tradição científica. O programa de Medicina Tropical do IOC se orgulha de, juntamente com os demais Programas de Pós-Graduação do Instituto e de outras Unidades da Fiocruz, contribuir nesta ação”, afirma.

Os estudantes fizeram também seis meses de estágio nos laboratórios do IOC: de Vírus Respiratório e Sarampo; de Enterovírus e de Virologia Comparada e Ambiental, coordenados pelos pesquisadores Marilda Siqueira, Edson Elias e José Paulo Gagliardi Leite, respectivamente. E foram tutoriados, até que eles se vinculassem a um desses laboratórios, pelos pesquisadores Alda Maria da Cruz, Filipe Anibal Carvalho Costa e Marta Cecília Suarez-Mutis.

Para a pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, Alda Maria Da-Cruz, as perspectivas para esse primeiro grupo de moçambicanos formados em virologia serão promissoras. “Certamente, esses profissionais, quando chegarem a Moçambique, vão ser absolutamente envolvidos com as necessidades que já existem no país em função da carência de recursos humanos que eles ainda têm”, destaca. Outro ponto ressaltado pela pesquisadora é a transferência de conhecimento entre os países. “Estreitar os laços de colaboração e cooperação científica é uma via de mão dupla, pois temos a possibilidade também de ampliar o nosso leque de conhecimento, ao cooperarmos para entender a dinâmica de endemias de outras localidades”, enfatiza.

 

Vanessa Sol
13/03/2013
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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