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Abertura do II Simpósio de Pesquisa e Inovação estimula debates sobre a atividade científica

Representantes do CNPq, FINEP e Faperj discutiram financiamento  

:: Cobertura especial do II Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC

:: Programação do evento

O II Simpósio de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) teve início nesta segunda-feira (18/03), no campus da Fiocruz em Manguinhos (RJ), com um movimentado debate sobre financiamento, responsabilidades do cientista e prioridades em pesquisa. Cerca de 300 inscritos devem comparecer, até o dia 20, às mesas-redondas e conferências sobre os cinco temas centrais do Simpósio: pesquisa em vacinas, fármacos, doenças negligenciadas e emergentes, nanotecnologia e entomologia molecular. Também fazem parte do evento a ‘Avaliação dos Projetos PROEP-CNPq/IOC’ e a ‘VI Reunião das Áreas de PD&I: estado atual e perspectivas’. Ambas as iniciativas irão promover a análise das atividades realizadas nos laboratórios do IOC.  

Gutemberg Brito

Mesa de abertura do simpósio contou com representantes do IOC e da Fiocruz 

A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, destacou que a realização de discussões simultâneas entre a inovação no País e os resultados do PROEP e das Áreas de PD&I do IOC vai ajudar a vislumbrar possíveis reajustes e recomposições das diretrizes do Instituto. “Vamos continuar dando o bom exemplo e garantir a transparência dos nossos processos. Afinal, o PROEP é uma das ferramentas de investimento criadas pela atual gestão do IOC que já está sendo incorporada por outras Unidades da Fiocruz”, explicou. Já o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, ressaltou a importância da aproximação com o Ministério da Saúde e com as demais autoridades sanitárias ocorrida na última década. “Estas instâncias passaram a ser mais presentes e propositivas quanto à articulação e o incentivo da pesquisa de inovação voltada para a Saúde. Antigamente, o Ministério se colocava como agente passivo, embora contasse com o segundo maior orçamento da União. As relações mudaram e o PROEP é um reflexo deste processo”, afirmou.

“É preciso coragem para enfrentar um processo de avaliação. Mas é uma coragem estratégica, pois será ela que nos dirá como os recursos estão sendo investidos e se estão comprometidos com planos que objetivem a inovação”, pontuou a vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Claude Pirmez, convidando os alunos e pesquisadores presentes na abertura do evento a avaliarem sua própria contribuição no crescimento científico e tecnológico do país e, ainda, o papel das principais agências de fomento.

Recursos financeiros e recursos humanos

Intitulada ‘Prioridades e Financiamento à Pesquisa no Brasil’, a primeira sessão plenária do simpósio contou com a participação do diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Paulo Sergio Beirão; do diretor científico da Faperj, Jerson Lima; e da analista do Departamento do Complexo da Saúde da FINEP, Eliane Bahruth. A atividade foi coordenada por Tania Araújo-Jorge e teve intensa participação da plateia. Os representantes das agências de fomento foram questionados quanto ao baixo valor das bolsas no Rio de Janeiro, que não se equiparam às concedidas em São Paulo e ficam aquém do ritmo de aumento do custo de vida observado nos últimos dois anos. A escassez de contratos com vínculos empregatícios para mestres e doutores também foi tópico de discussão, bem como a falta de incentivos para os pesquisadores que não são considerados jovens, tampouco sêniors.

Gutemberg Brito

Mesa de abertura do simpósio contou
com representantes do IOC e da Fiocruz 

De acordo com Beirão, a legislação determina que 30% dos recursos para Ciência e Tecnologia sejam aplicados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por isso, os pesquisadores deveriam contemplar a possibilidade de buscarem oportunidades fora do Sudeste. “Lembrem-se: vocês não estão condenados a ficar onde se formaram, trabalhando no mesmo assunto de sua dissertação ou tese para sempre. Pode ser uma mudança interessante e trazer mais oportunidades de emprego e mais qualidade de vida”, retrucou. Ele lembrou que, nos países desenvolvidos, a média de investimento do produto interno bruto (PIB) em pesquisa e inovação é de 2,2%. “Estamos muito abaixo disso e ficamos de mãos atadas. Ou aumentamos o valor da bolsa ou aumentamos a quantidade delas”, reforçou.
 
Lima lembrou que a Faperj emprega entre 12% e 15% dos recursos de financiamentos em empresas. “É uma forma de modificar a cultura da Pesquisa no Brasil, que é, majoritariamente, concentrada nos institutos de Ciência e Tecnologia e nas universidades públicas. Não se emprega pesquisador em empresa privada aqui, ao contrário do que se faz nos países desenvolvidos”, explicou. Beirão assinalou que o programa Ciência Sem Fronteiras visa não somente capacitar os pesquisadores como, também, apresentá-los à realidade destes países. “É a construção e a introdução de uma nova mentalidade de inovação no Brasil”, afirmou. 

Isadora Marinho
18/03/2013
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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