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Dia Mundial de Luta contra a Malária: desafios à vista

Organização Mundial da Saúde (OMS) pede mais recursos para o controle da doença e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alerta para a iminente resistência aos medicamentos disponíveis

Doença parasitária mais devastadora do planeta, a malária é responsável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela morte de 700 mil pessoas todos os anos. Por outro lado, um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e publicado em 2012 na revista científica The Lancet, aponta que o número anual de vítimas fatais é quase o dobro do estimado pela Organização: 1,2 milhão. Nesta quarta-feira, 25 de abril, instituições médicas e científicas de todo o mundo se mobilizam para discutir desafios, conquistas e novas diretrizes para o controle da doença, que acumula índices preocupantes em cerca de 100 países. A data marca o 'Dia Mundial de Luta Contra a Malária' que, em 2013, traz o lema 'Invest in the future: defeat malaria' (‘Invista no futuro: derrote a malaria’, em tradução livre).

Gabriel E. Melim Ferreira

Mosquito do gênero Anopheles, responsável pela transmissão da doença, flagrado pela câmera do pesquisador Gabriel Ferreira. Foto foi premiada na categoria 'Vetores do Brasil' no concurso Instantâneos da Ciência, promovido em 2010 pelo IOC

Segundo o World Malaria Report 2012, o mais recente documento elaborado pela OMS sobre o tema, os investimentos aumentaram nos últimos dois anos, chegando a US$ 2,3 bilhões em 2011. No entanto, o montante corresponde apenas à metade do que seria necessário (US$ 5,1 bilhões) para prover a cobertura de estratégias de controle a nível global.

Primeiro brasileiro eleito presidente da Federação Internacional de Medicina Tropical (IFTM, na sigla em inglês), o chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, alerta para a necessidade urgente de desenvolvimento de novas drogas. “Já há notificação de resistência dos parasitas à artemisina e à cloroquina, quimioterápicos administrados nos casos de infecção por Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax, respectivamente. E o desenvolvimento de medicamentos alternativos não é nada simples. Estima-se que 10 mil compostos sejam testados até que uma nova droga chegue às prateleiras”, ressaltou. Ambas as espécies do protozoário são endêmicas na região amazônica, que concentra 99% dos casos no Brasil.

Gutemberg Brito

Malariologista atenta para a resistência dos medicamentos disponíveis e a dificuldade para se elaborar novas drogas 

Ribeiro alerta, ainda, para a alta taxa de mortalidade da malária fora da região amazônica, realidade que o Centro de Pesquisas, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPD-Mal/Fiocruz) pretende modificar nos próximos anos. “A doença é 100 vezes mais letal quando ocorre fora destes domínios porque há um atraso no diagnóstico. Muitas vezes o médico nem cogita a possibilidade de que o paciente esteja com malária. É preciso investir na informação dos profissionais de saúde, militares, turistas e da população em geral”, concluiu.

Segundo o Ministério da Saúde, foram realizados 265 mil diagnósticos de malária em 2011. A transmissão da doença ocorre pela picada de mais de 20 espécies mosquitos anofelinos. Quase metade do mundo está exposta, hoje, ao risco de ser infectada. São três bilhões de pessoas em mais de 100 países que vivem ou transitam em áreas tropicais pobres e vulneráveis ao vetor.

Isadora Marinho
25/04/2013
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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