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Aposta no verde fluorescente

Para desvendar como funciona uma etapa do processo de produção da vacina contra febre amarela, que dá certo há 70 anos, estudo recorre a uma recombinação genética usando o gene famoso por produzir cor vibrante

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Em todo o mundo, mais de 600 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a febre amarela ao longo de cerca de 70 anos. O imunizante utilizado – chamado YF17D – é capaz de promover a mobilização de um amplo espectro do arsenal imune do corpo humano. Por ser considerada uma estratégia eficaz e segura, os cientistas investigam o uso da YF17D como ‘vetor’ pra novas vacinas: por técnicas de biotecnologia, a YF17D é utilizada como ‘base’ para, a partir de modificações genéticas, atuar na imunização para outros agravos.

Por seu potencial de uso em outras situações, o conhecimento a fundo da vacina YF17D adquire relevância. Para produção do imunizante, é utilizado um vírus vivo da febre amarela, submetido a uma metodologia no qual é atenuado. Pelos métodos utilizados há décadas, este vírus é replicado em ovos de galinha, no pequeno embrião formado em seu interior. Apesar do conhecimento ser antigo, até hoje os mecanismos de replicação viral no ovo de galinha permanecem desconhecidos.

 

 Gutemberg Brito

Pesquisadora Patrícia Carvalho de Sequeira, Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus, apresentou resultados do estudo que envolve o processo de produção da vacina contra febre amarela

 

O desafio de preencher esta lacuna foi assumido recentemente pela biomédica Patrícia Carvalho de Sequeira, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Liderado pela pesquisadora Myrna Bonaldo, o Laboratório foi pioneiro no desenvolvimento de uma técnica inovadora, reconhecida internacionalmente, que permite produzir recombinações seguras e estáveis a partir da vacina YF17D.

“Apesar de ser uma vacina bem estabelecida há anos, não existem estudos que descrevam o caminho de replicação do vírus no processo de inoculação em ovos de galinha. Estas respostas podem ser importantes para compreender a produção de imunidade”, descreve Patrícia. “Nosso objetivo é realizar a caracterização dos caminhos da replicação viral no ovo de galinha, num projeto em parceria com o Laboratório de Patologia do IOC”, apresenta Patrícia, ressaltando que o Brasil é o principal produtor mundial da vacina.

O Laboratório de Patologia já estudava a dispersão da cepa vicinal YF17D em ovos embrionários. Nos resultados obtidos até o momento, no entanto, não havia sido possível chegar a resultados conclusivos. “Nossa estratégia será baseada em uma combinação do vírus vacinal com um gene que expressa a proteína GFP”, a pesquisadora detalha. Como a proteína  tem a característica de emitir a cor verde fluorescente, a expectativa é de que será possível acompanhar visualmente os caminhos da replicação do vírus no ovo de galinha.

Patrícia explica que, na etapa atual do projeto, o grupo conseguiu obter uma combinação geneticamente estável do vírus combinado. “Em seguida, vamos realizar experimentos em diversos modelos animais com foco em determinar o perfil de proliferação e dispersão do vírus”, a pesquisadora antecipa, acrescentando que estudos imunológicos também estão previstos.

 

07/11/2013
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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