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Sobre homens e cães

Encerrando o primeiro dia do ‘I Simpósio Jovens Cientistas do IOC’, jovens cientistas apresentaram estudos sobre o HIV e a leishmaniose visceral canina

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Desvendar os mecanismos do organismo que regem a progressão ou o controle de uma doença é o primeiro passo para o desenvolvimento de terapias e estratégias de prevenção. Encerrando o primeiro dia do ‘I Simpósio Jovens Cientistas do IOC’, nesta quinta-feira (07/11), a mesa redonda ‘Imunopatologia das infecções’ apresentou duas jovens cientistas dedicadas ao estudo do tema: Fernanda Morgado, do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose , liderado por Renato Porrozzi de Almeida; e Fernanda Heloise Côrtes, do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular, liderado por Mariza Morgado. A atividade foi moderada pela pesquisadora Alda Maria da Cruz, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas.

 

O baço na leishmaniose visceral canina

Na palestra ‘Estudo imunopatológico do baço de cães naturalmente infectados com Leishmania infantum: Qual o mecanismo responsável pela falha no controle da carga parasitária?’, Fernanda Morgado apresentou os resultados preliminares do estudo realizado em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cuiabá. Até o momento, foram analisadas amostras de tecido do baço de 59 cães eutanasiados após o diagnóstico, conforme a orientação dos órgãos de vigilância e controle das leishmanioses. De acordo com ela, o baço é um importante objeto de estudo por ser um órgão envolvido na resposta a patógenos como a Leishmania. Além disso, concentra, de forma persistente, uma alta carga parasitária durante o ciclo da doença, facilitando o encontro dos protozoários com as células T, que coordenam a função de defesa imunológica.

 

 Gutemberg Brito

 

A pesquisadora Fernanda Morgado apresentou os resultados preliminares do estudo sobre leishmaniose realizado realizado em parceria com o Estado do Mato Grosso

 

“Estamos falando de um tecido bem organizado, dividido entre polpa vermelha e polpa branca, e cuja arquitetura vai se deteriorando nos cães doentes de forma progressiva, até o óbito”, explicou Fernanda. De acordo com a veterinária, que iniciou suas atividades no IOC como estagiária, o quadro típico de infecção por leishmaniose visceral canina inclui um período de controle da carga parasitária que não se sustenta, culminando no colapso da defesa imunológica. Desta forma, a equipe suspeita que a Leishmania provoque uma intensa resposta inflamatória no início da infecção, com produção de citocinas e enzimas que levam à desestabilização da arquitetura do baço e a consequente falha no controle da carga parasitária. “Cerca de 51% dos animais com baixa carga parasitária avaliados até agora já apresentam média ou intensa desorganização do baço, contra 81% dos animais com alta carga parasitária”, disse.

Controladores do HIV
 
Um raro grupo de indivíduos infectados pelo HIV-1 é capaz de manter a carga viral em níveis indetectáveis sem qualquer tipo de tratamento. Batizados de ‘controladores de elite’, estas pessoas encerram em si as informações que podem levar ao desenvolvimento de vacinas e até mesmo de uma cura funcional da doença. Na palestra ‘Avaliação do perfil de resposta imune em indivíduos infectados pelo HIV-1 com diferentes níveis de controle da replicação viral’, a bióloga Fernanda Heloise Côrtes apresentou um estudo desenvolvido com 31 indivíduos infectados pelo HIV-1, todos com algum nível de controle da replicação viral.

 

 Gutemberg Brito

 

 Já a pesquisadora Fernanda Heloise Côrtes apresentou um estudo desenvolvido com 31 indivíduos infectados pelo HIV-1, todos com algum nível de controle da replicação viral

 

A média de idade dos pacientes é de 40 anos, predominância da orientação heterossexual e infecção pelo subtipo B do HIV-1. “Primeiro avaliamos a contagem das células T CD4 e CD8. Trata-se de um grupo heterogêneo de pessoas, com uma série de particularidades. No entanto, vimos que a maioria deles mantém o nível de CD4 estável, e muitos possuem os alelos HLA-B *57, B*27 e B*58”, que estão associados a proteção", explicou. No contexto padrão da infecção pelo HIV-1, o número de linfócitos CD4 cai, provocando uma perda da imunidade mediada por células e o surgimento de infecções oportunistas. “Nossos próximos passos incluem uma avaliação do perfil de produção de citocinas e a capacidade de inibição da replicação viral por células T CD8 in vitro  nesses pacientes”, concluiu.

Isadora Marinho

07/11/2013
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