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Simpósio internacional discute os riscos da privação de sono

As consequências de se dormir pouco ou trocar o dia pela noite foram algumas das temáticas abordadas em encontro promovido pelo IOC e que reuniu especialistas de 23 países

Viver nas metrópoles significa poder consumir bens e serviços a qualquer hora.  Qual é o preço de se viver em uma sociedade que nunca para? Na tentativa de responder essa pergunta e analisar os efeitos deste ritmo de vida ao ser humano, especialistas do Brasil e do mundo se reuniram na 21ª edição do Simpósio Internacional de Trabalho Noturno e Jornada de Trabalho (International Symposium on Shiftwork and Working Time). Promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o evento aconteceu entre os dias 4 e 8 de novembro, na Costa do Sauípe, na Bahia.

Enquanto uma parcela da população descansa após um dia agitado e estressante, outra parte é responsável por garantir a continuidade dos serviços básicos que fazem parte do nosso sistema social. Para isso, uma grande gama de profissionais é acionada: policiais, médicos, enfermeiros, bombeiros, técnicos, vigias, porteiros.  Além disso, diversas indústrias petrolíferas e automobilísticas, entre outras, adotam esquemas de plantões que incluem o trabalho noturno. Segundo Lúcia Rotenberg, pesquisadora do IOC e membro da comissão organizadora do evento, um dos objetivos do congresso foi discutir os custos à saúde e à vida social e familiar desses indivíduos que trabalham no período em que a maioria da sociedade está dormindo. “Cada vez mais vivemos em uma sociedade 24 horas. Se hoje decidimos comprar um shampoo às 4h da manhã, por exemplo, vamos encontrar um lugar aberto. O problema é que o nosso corpo tem um mecanismo que funciona como um relógio biológico e que não está preparado para passar a madrugada acordado e dormir durante o dia”, aponta.  Mas as consequências não se restringem ao sono, podendo levar a distúrbios gastrointestinais, a doenças cardiovasculares, ao diabetes e ao câncer.

Durante as conferências, sessões temáticas e apresentações orais e de pôsteres, especialistas e estudantes também debateram, dentre outros temas, a redução do tempo de descanso. “As novas tecnologias nos deixam cada vez mais conectados e isso reduz a fronteira entre o trabalho e o momento em que estamos em casa. As pessoas têm dormido cada vez menos e isso faz mal para a saúde”, disse.

O evento, realizado a cada dois anos, desde 1969, é promovido pela Working Time Society, filiada à Comissão Internacional de Saúde Ocupacional. A próxima edição acontece em 2015, na Dinamarca.

 

Lucas Rocha
12/11/2013
Autorizada a reprodução sem fins lucrativos desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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