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Unindo forças para o desenvolvimento científico regional

Diretor do IOC participou do Fórum da União de Nações Sul-Americanas, que reuniu acadêmicos, autoridades e representantes da sociedade civil de 11 países no Rio de Janeiro entre os dias 2 e 4 de dezembro

Como desenvolver a ciência na América do Sul de forma a atender às demandas mais urgentes da região, aumentar a cooperação entre os países e, ao mesmo tempo, promover uma emancipação intelectual e tecnológica das nações mais desenvolvidas? Realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro, na cidade do Rio de Janeiro, o fórum ‘Ciência, Tecnologia, Inovação e Industrialização na América do Sul’, da União das Nações Sul-Americanas (Unasul ou Unasur, na sigla em espanhol), reuniu mais de 60 pessoas com o objetivo de responder a esta pergunta. O diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino, juntamente com acadêmicos, ministros, autoridades de órgãos nacionais, internacionais e representantes da sociedade civil de 11 países sul-americanos e da Itália debateram sobre temas como desenvolvimento científico, gestão de recursos naturais, inovação tecnológica e políticas públicas. 

Na tarde da terça-feira (4/12), Savino participou da mesa de debates ‘A grande ciência e o desenvolvimento tecnológico na América do Sul’, e destacou a experiência da rede regional ‘Investigação, Educação e Biotecnologia Aplicadas à Saúde’, coordenada no Brasil pela Fiocruz, na pessoa de Savino. Financiada em US$ 7 milhões pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) e em atividade há um ano e meio, a rede agrega outros três centros de pesquisa de excelência no continente: o Instituto de Investigação em Biomedicina de Buenos Aires (Conicet-Max Planck), na Argentina; o Instituto Pasteur de Montevidéu, no Uruguai, e o Laboratório Central de Saúde Pública do Paraguai (LCSP).

 Gutemberg Brito

 

Wilson Savino entre Ildeu de Castro Moreira, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a representante da Unasul, Mônica Bruckmann: debate sobre inovação tecnológica e desenvolvimento científico

“Esta iniciativa foi pensada para diminuir as diferenças entre os países que compõem o Mercosul. Gera conhecimento de maneira integrada, permite maior difusão do mesmo e forma recursos humanos capacitados nos centros de pesquisa que já existem”, disse Savino. O foco da rede é investigar aspectos epidemiológicos, biológicos e sociais das doenças crônico-degenerativas, como diabetes e Alzheimer, atendendo a uma necessidade da região que, nas últimas três décadas, viu sua população envelhecer rapidamente. “Esta perspectiva está alinhada à da Fiocruz, que também norteia suas atividades de pesquisa em saúde pública segundo as demandas identificadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, reforçou. 

Ainda de acordo com Savino, no âmbito da rede, acaba de ser implementada uma plataforma tecnológica na Argentina. Já o Instituto Pasteur, em Montevidéu, ganhará um ‘Espaço de inovação’ na próxima semana. Cursos de especialização, como o de ‘Biologia Estrutural e Bioinformática’, vêm sendo ministrados em ambos os países e, em 2014, dez novos cursos serão criados. “Mas a maior inovação da rede será a criação do curso de doutorado em Medicina Molecular, com caráter regional e liderado pela Fiocruz”, afirmou. A divisão de recursos, aplicada na compra de equipamentos e em infraestrutura, não é feita de forma equânime. “O Paraguai recebe um montante maior para nivelar sua infraestrutura à dos demais países que compõem a rede”, assinalou.

Presidida pelo ex-senador da República e diretor do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento (Cicef), Roberto Saturnino Braga, a mesa contou com comentários de Ildeu de Castro Moreira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na abertura da sessão, Saturnino declarou que o conhecimento científico foi apropriado pelo capitalismo após a Revolução Industrial, o que dificulta o desenvolvimento tecnológico sustentado das nações. “As pesquisas são realizadas de acordo com seu potencial lucrativo pela iniciativa privada. Antes de investir em ciência, os países pobres precisam desenvolver sua economia segundo a lógica capitalista”, disse. De acordo com o ex-senador, mudar este cenário depende de uma atuação ‘decidida’ do poder público. “As iniciativas de desenvolvimento científico e tecnológico de maior êxito no Brasil partiram do governo: a Petrobras, Embrapa, Embraer e a joia do rosário, a Fiocruz”, destacou.

Mais sobre a mesa

Também participaram da mesa os brasileiros Theotônio dos Santos, da Rede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e da Universidade das Nações Unidas (UNU) sobre Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (REGGEN); Alberto Santoro, colaborador do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês); Alexis Mercado, do Centro de Estudios del Desarrollo (Cendes), na Venezuela e Rodrigo Cornejo León, do Proyecto Ciudad del Conocimiento Yachay (Equador).

Isadora Marinho
05/12/2013
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