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Coleções científicas e contemporaneidade

Importância histórica e desafios dos acervos biológicos marcaram as discussões de encontro da ‘12ª Semana Nacional de Museus’

‘Coleções criam conexões’. Com este tema, as Coleções Científicas da Fundação Oswaldo Cruz foram alvo da discussão promovida pelo Museu da Vida (COC/Fiocruz) durante a ‘12ª Semana Nacional de Museus’. O evento, realizado nesta segunda-feira, 13 de maio, contou com a presença dos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marcelo Pelajo, chefe do Laboratório de Patologia e curador da Coleção de Febre Amarela do Museu da Patologia, e Márcio Félix, do Laboratório de Biodiversidade Entomológica e vice-curador da Coleção Entomológica. A iniciativa faz parte da série de eventos da ‘12ª Semana Nacional de Museus’, organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

 Gutemberg Brito

 O valor histórico e a modernização dos acervos foram destaques do encontro com pesquisadores do IOC

De acordo com Marcelo Pelajo, para avaliar os acervos científicos é necessário considerar um conjunto de quesitos que vai de ensino e pesquisa ao desenvolvimento tecnológico passando pela divulgação da ciência. “O debate leva a uma avaliação da forma mais favorável de lidar com esses acervos: seja na sua exploração científica e cultural, na melhoria da visibilidade para a população ou na sua constituição como patrimônio histórico nacional”, ressaltou. A caracterização da Coleção de Febre Amarela como patrimônio é definida na sua composição. O espaço conta com 498 mil casos, amostras de fígado coletadas por viscerotomia entre as décadas de 1930 e 1970, acompanhados por documentação escrita, impressa e iconográfica. Os arquivos reúnem protocolos de pesquisas, registros de casos, fichas com laudos de histopatologia e fotografias.

Já Márcio Felix, abordou sobre a história e os processos de manutenção e modernização da Coleção Entomológica do IOC, a mais antiga coleção biológica da Fiocruz. O pesquisador defendeu que o trabalho de divulgação científica dos acervos é fundamental. “Quando o indivíduo entende o objetivo do trabalho realizado dentro da Instituição, temos o potencial de despertar a conscientização para questões sociais como a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade, no caso da Coleção Entomológica”, destacou. A Coleção, fundada em 1901 pelo próprio Oswaldo Cruz, abriga cerca de cinco milhões de exemplares de insetos, incluindo os da fauna brasileira e de outras regiões do mundo.

Massacre de Manguinhos e as Coleções científicas

Episódio que marcou a história do IOC em 1970, durante o regime militar, o Massacre de Manguinhos foi um dos pontos do debate com a participação da plateia. Além da cassação de dez pesquisadores, o ‘massacre’ prejudicou a estrutura física de coleções científicas da Instituição. Para Marcelo Pelajo, ainda hoje, lidar com as consequências desse acontecimento é um dos desafios para as coleções. “Os maiores prejuízos foram com relação a materiais, equipamentos, infraestrutura e até mesmo de profissionais. Para fortalecer as Coleções é necessário investir nas equipes, definir políticas em fóruns como este, por exemplo, e buscar a captação externa de fomento específico voltado para ações de patrimônio”, concluiu.


Lucas Rocha
14/05/2014
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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