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Colaboração entre IOC e Alemanha: passado e futuro

Seminário resgatou o histórico de cooperação entre cientistas brasileiros e alemães e abordou novas perspectivas, como intercâmbio de pesquisadores e troca de experiência na gestão de coleções científicas

O intercâmbio com a Alemanha está na origem do Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). As primeiras peças da coleção da unidade foram trazidas daquele país por Henrique da Rocha Lima, que, em 1903, deu início ao projeto do museu ao lado de Oswaldo Cruz. Já a revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, criada em 1909, foi uma publicação bilíngue em suas primeiras edições, com artigos em português e alemão. A intensa cooperação entre Brasil e Alemanha nos primeiros anos do Instituto e as perspectivas para o futuro foram tema do seminário “Of history and cells: old and new brazilian-german scientific collaborations”, realizado no dia 22 de maio, que integra as atividades do ‘Ano Alemanha+Brasil 2013-2014' e as comemorações do aniversário de 114 anos do IOC/Fiocruz.

Gutemberg Brito

 

  Na abertura do seminário, Christian Müller, Wilson Savino e Magali
  Romero Sá destacaram o aspecto histórico da cooperação científica


Organizador do seminário, o chefe do Laboratório de Patologia e curador da Coleção de Febre Amarela, Marcelo Pelajo, lembrou que o Museu da Patologia ainda conta com peças que foram premiadas na exposição de 1907 em Berlim. “Temos um acervo enorme, com material de 498 mil casos clínicos apenas na Coleção de Febre Amarela”, disse o pesquisador, acrescentando que a aproximação recente com cientistas do Museu de História da Medicina de Berlim, da Universidade Charité, já possibilitou identificar áreas para parceria, como a tecnologia para gestão de grandes arquivos e a própria história da colaboração entre IOC e Alemanha.

Pelajo afirmou ainda que a colaboração entre Brasil e Alemanha diminuiu após a Segunda Guerra Mundial, quando os dois países estiveram de lados opostos. No entanto, o ambiente atual é propício para a cooperação. “Neste momento, a Alemanha é muito receptiva para estudantes estrangeiros, e o Brasil tem forte interesse em internacionalizar sua ciência”, ressaltou.

                                                             Gutemberg Brito

 

  Marcelo Pelajo diz que momento é favorável para
        projetos de colaboração entre os países


As oportunidades de colaboração também foram destacadas pelo diretor do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD Brasil, Christian Müller. Ele afirmou que o órgão é um dos parceiros do governo brasileiro no programa Ciência Sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudo no exterior. Além disso, o DAAD atua em parceria com agências brasileiras de fomento à pesquisa, concedendo bolsas para alunos de doutorado e pesquisadores interessados em intercâmbio científico. “As oportunidades para cientistas e estudantes brasileiros na Alemanha são ótimas. Há programas que vão desde intercâmbio de curtos períodos, de dois a seis meses, até doutorado integral”, disse.

O diretor do Instituto Oswaldo Cruz, Wilson Savino, avaliou que, assim como há oportunidades para estudantes brasileiros na Alemanha, jovens pesquisadores alemães podem se beneficiar com a experiência de intercâmbios em instituições brasileiras, incluindo o IOC/Fiocruz. “Da economia à ciência, a cooperação internacional é cada vez mais necessária em todas as áreas. No plano científico, o Brasil atingiu um nível em que devemos estimular também a vinda de estudantes estrangeiros para nossas instituições, pois o intercâmbio é importante para os dois lados”, afirmou.

O histórico da relação entre o IOC e a ciência germânica foi apresentado pelo historiador e biólogo André Felipe Cândido da Silva, da Universidade São Paulo (USP). Autor de uma tese de doutorado sobre Henrique da Rocha Lima, ele disse que o pesquisador foi um ‘cientista-diplomata’. “Embora não fosse alemão, Rocha Lima assumiu o papel de tentar conectar os dois países”, afirmou André. Um exemplo desta atuação foi o empenho do cientista em convencer Oswaldo Cruz a participar da exposição de Berlim, em 1907, ajudando o país a conquistar a medalha de ouro. O sucesso da iniciativa contribuiu para tornar a Fiocruz, então Instituto de Manguinhos, uma instituição reconhecida internacionalmente.

Gutemberg Brito

 

 Thomas Schnalke apresentou documentos e objetos científicos que
        contam a história da ciência da Alemanha no século XIX


Abordando a história da ciência na Alemanha, o diretor do Museu de História da Medicina de Berlim, da Universidade de Charité, Thomas Schnalke, destacou que o século XIX foi uma “era de ouro” e já na primeira década do século XX, três pesquisadores do país venceram o prêmio Nobel de medicina. Entre os nomes mais conhecidos desta época estão cientistas que influenciaram as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Oswaldo Cruz na época, como Robert Koch – que identificou o bacilo causador da tuberculose – e Rudolf Virchow – considerado o pai da patologia.

Maíra Menezes
22/05/2014
Autorizada a reprodução sem fins lucrativos desde que citada a fonte Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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