Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz
Página Principal

Vigilância ativa contra rotavírus

Grupo técnico da OMS se reúne no Rio de Janeiro para debater situação atual da doença que é a principal causa de mortes por diarreia aguda em crianças menores de cinco anos no mundo

Especialistas em rotavírus que integram o grupo técnico de trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) se reuniram nos dias 17 e 18 de novembro no Rio de Janeiro para discutir o panorama atual da doença, que é a causa mais frequente de hospitalizações e mortes por diarreia aguda em crianças menores de cinco anos no mundo. Formado por cerca de 20 especialistas dos cinco continentes, o objetivo do encontro é debater sobre o impacto dos programas de vacinação, os genótipos de rotavírus mais frequentes e as estratégias para o monitoramento dos casos. Representante da América Latina no grupo técnico, o pesquisador do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (LVCA-IOC/Fiocruz), José Paulo Gagliardi Leite, explica que a imunização reduziu o número de internações e mortes por diarreia nos países onde foi implantada, mas a vigilância é fundamental para o sucesso da iniciativa. “É importante identificar os genótipos do vírus que estão circulando, pois, eventualmente, pode surgir um novo genótipo ou uma nova variante contra os quais a vacina não proteja adequadamente, podendo reduzir a sua eficácia”, afirma.

No Brasil, a vacinação para rotavírus foi incluída no Programa Nacional de Imunizações em março de 2006. Desde então, bebês entre dois e seis meses recebem duas doses do imunizante e ficam protegidos contra a infecção. Apenas nos três primeiros anos, a medida levou a uma redução de 22% nas mortes e de 17% nas internações provocadas por diarreia entre crianças menores de cinco anos. Os percentuais correspondem a cerca de 1.500 vidas salvas e 130 mil hospitalizações evitadas. “A vacina oral para rotavírus é oferecida gratuitamente nos postos de saúde de toda a rede pública. Esta imunização reduz os casos de diarreia aguda grave por rotavírus e representa uma enorme conquista social, pois além de salvar vidas, reduz o custo com hospitalizações e disponibiliza a rede pública para outros atendimentos”, avalia José Paulo.

No entanto, o sucesso da vacina não significa o fim dos casos de rotavírus no país ou mesmo no mundo. Segundo o virologista, os rotavírus nunca poderão ser erradicados porque infectam diversos hospedeiros, como aves e mamíferos. Assim, mesmo que toda a população humana seja vacinada, os vírus continuarão circulando em outras espécies. A aplicação da vacina também deve seguir a recomendação do Ministério da Saúde, respeitando a faixa etária das crianças, com a primeira dose aos dois meses e segunda aos quatro. José Paulo afirma que surtos de rotavírus ainda ocorrem no Brasil e precisam ser investigados. “Este ano, houve um surto que começou em Pernambuco e acabou em Porto Alegre, acometendo crianças e adultos. A vigilância epidemiológica e a vigilância laboratorial são fundamentais para o esclarecimento destes casos, pois há necessidade de investigar as condições sanitárias e, até mesmo, a possível emergência de novas linhagens do vírus em circulação”, esclarece.


Foto de capa: Monika Barth, Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral do IOC

Maíra Menezes
17/11/2014
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Versão para impressão:
Envie esta matéria:

Instituto Oswaldo Cruz /IOC /FIOCRUZ - Av. Brasil, 4365 - Tel: (21) 2598-4220 | INTRANET IOC| EXPEDIENTE
Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP: 21040-360

Logos