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Pesquisadoras argentinas discutem perspectivas para o hantavírus no Centro de Estudos do IOC

Em edição especial realizada no dia 24 de abril em parceria ao Seminário Técnico de Biomanguinhos, o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) ouviu o parecer de duas pesquisadoras argentinas, Paula Padula, do Instituto Malbran, e Delia Enria, do Instituto Nacional de Enfermidades Virais Humanas (INEVH), que apresentaram palestras sobre hantaviroses. O hantavírus é responsável por pneumonias e febres hemorrágicas que na maioria das vezes levam à morte e ainda não possui vacina ou tratamento específico. Representa, por isso, um grande problema de saúde pública na América Latina e um desafio para a comunidade científica.

Na primeira palestra, Paula Padula apresentou dados sobre a manifestação do hantavírus na Argentina, informação de importância para o Brasil, que enfrenta situação semelhante àquele país no que diz respeito às hantaviroses. A pesquisadora revelou resultados sobre a transmissão do vírus entre seus reservatórios animais e seres humanos e apontou a variabilidade genética do hantavírus, a dificuldade de identificação de reservatórios e a realização tardia de diagnóstico como principais desafios ao controle da doença.

Delia Enria reforçou a necessidade de se conhecer melhor os possíveis reservatórios do hantavírus para um melhor entendimento da doença. Segundo a pesquisadora, as abordagens de controle devem ser dirigidas ao agente etiológico da doença, às vias de transmissão, ao hospedeiro e ao ambiente, para que o hantavírus seja compreendido em toda a sua eco-epidemiologia. Delia justificou a posição a partir de estudos que demonstraram a existência de diferentes linhagens virais em ambientes diversos. Para ambas as pesquisadoras, o principal desafio para o controle do hantavírus é o esclarecimento das formas de transmissão - primeiro passo para o bloqueio da propagação das doenças causadas pelo vírus.

Por Isabel Levy
24/04/06

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