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Malária Fone: 24h a serviço da população

No dia Mundial de Luta Contra a Malária, o 'Malária Fone', linha que esclarece dúvidas e fornece orientações sobre a doença, celebrou a marca de mais de 600 atendimentos realizados apenas em 2015

Concentrada, principalmente, em países em desenvolvimento, a malária afeta comunidades pobres e marginalizadas – quadro agravado devido à falta de acesso a serviços eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para chamar a atenção para o problema, o ‘Dia Mundial de Luta Contra a Malária’, criado em 2007 e celebrado no dia 25 de abril, tem como objetivo mobilizar ações para o alcance das metas de redução do agravo. Para prestar orientação técnica a profissionais de saúde, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) criou o serviço Malária Fone e o atendimento pelo email infomalaria@fiocruz.br.

As principais áreas de risco de transmissão e as medidas para reduzir as chances de contrair a malária são algumas das dúvidas mais frequentes respondidas por meio desta ferramenta gratuita de informação que funciona como uma linha direta com pessoas de qualquer parte do país. Com destaque de registros para o estado do Rio de Janeiro, o serviço alcançou mais de 600 atendimentos somente em 2015.

De acordo com Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC e idealizador do Malária Fone, a iniciativa surgiu com o objetivo de promover o diagnóstico oportuno da doença. “Quando diagnosticamos a malária dentro das primeiras 48h do início dos sintomas conseguimos evitar que a doença evolua para quadros graves. Cerca de 60% dos casos registrados na Amazônia são revelados nesse período, fora dela esse índice cai para 19%”, afirmou o pesquisador. Ainda segundo Cláudio, a ferramenta dá suporte em abrangência nacional. “O apoio por telefone informa aos indivíduos as características e os sintomas da doença e indica locais para atendimento em qualquer lugar do Brasil. Além disso, o reforço na estratégia de divulgação conta com palestras, cartazes e folhetos explicativos voltados para os Conselhos Regionais de Medicina”, destacou.

Auxílio no diagnóstico

Uma das principais causas de morte por malária, o diagnóstico tardio é dificuldade enfrentada por profissionais que atuam fora das áreas endêmicas. Por apresentar sintomas iniciais comuns a outras enfermidades, muitas vezes, a malária é confundida com outras doenças. Responsável pelo esclarecimento de dúvidas como esta, a enfermeira Anielle Pina Costa, que possui mestrado e doutorado no tema, realiza atendimentos por telefone e email, e atua no Laboratório do IOC e no Ambulatório de Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz).

De acordo com Anielle, a ferramenta agiliza a aproximação entre médicos e pacientes. “Os indivíduos que apresentam sintomas e que estão no Rio de Janeiro no momento da ligação são encaminhados para o atendimento médico feito no Ambulatório de Doenças Febris Agudas, com consulta já marcada. Já os residentes de outros estados são orientados a procurar o serviço de referência mais próximo que esteja integrado ao Programa Nacional de Malária”, explicou. O acompanhamento acontece de forma integrada: enquanto o auxílio ao diagnóstico é feito pelo Laboratório de Parasitologia do INI, após a notificação do caso, os medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo Serviço de Farmácia Clínica.

Recentemente, uma criança angolana que passava férias no Rio de Janeiro foi internada em um hospital apresentando febre persistente. Com diagnóstico inconclusivo, a equipe médica entrou em contato com o Malária Fone em busca de auxílio. A partir do atendimento junto ao serviço telefônico, o diagnóstico de malária foi realizado e a criança foi encaminhada a um serviço de saúde para o tratamento adequado da doença. Dentre os diversos casos solucionados, Anielle destaca um registro de 2014 como um dos mais marcantes. “Um indivíduo que havia viajado para a África foi internado em estado grave e sem diagnóstico no estado do Paraná. Após o contato, detectamos a malária causada por Plasmodium falciparum e demos início ao tratamento que veio a salvar a vida do paciente”, relatou.

A iniciativa

O Malária Fone conta com o financiamento da Vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz (VPPLR). A iniciativa é promovida pelo Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPDMAL), referência para a doença na região extra-amazônica junto ao Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde. O Laboratório de Pesquisa em Malária e o Laboratório de Transmissores de Hematozoários, ambos do IOC, integram o CPDMAL, que também inclui o Ambulatório de Doenças Febris Agudas, o Laboratório de Parasitologia e o Serviço de Farmácia Clínica, vinculados ao INI.

Serviço

O atendimento é realizado por meio do telefone (21) 99988-0113, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, ou a qualquer momento em caso de emergência médica, como, por exemplo, pacientes com suspeita da doença que apresentam quadro de febre. Além do atendimento por telefone, também é possível obter informações por meio do email infomalaria@fiocruz.br.

Lucas Rocha e Paula Netto
24/04/2015
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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