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Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS

Estudos elaborados com a contribuição de pesquisadores e estudantes do IOC receberam menção honrosa

Pesquisadores e estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) contribuíram para estudos em hanseníase e dengue que receberam menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, nas categorias ‘Doutorado’ e ‘Trabalho publicado’, respectivamente. Um dos trabalhos apresenta a importância do conhecimento das características genéticas de pacientes para a busca de um tratamento eficaz contra a hanseníase, enquanto o outro projeto avalia a transmissão da bactéria Wolbachia entre mosquitos Aedes aegypti em ambientes urbanos - a pesquisa integra o Projeto 'Eliminar a Dengue: Desafio Brasil' que estuda o uso da bactéria para reduzir a transmissão do vírus da dengue.

Novo olhar para a hanseníase

Desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, a tese de Márcia Quinhones Pires pode ajudar a aperfeiçoar o tratamento de pacientes de hanseníase. O projeto ‘Avaliação dos fenótipos de acetilação e hidroxilação predominantes nas populações de cinco macrorregiões do Brasil baseada no genoma: possível influência da farmacogenética na conduta terapêutica da hanseníase’ foi orientado por Adalberto Rezende, que é pesquisador no do Laboratório de Biologia Molecular Aplicada à Microbactérias do IOC. A tese concorreu com finalistas de instituições como UFRJ, Unicamp e USP.

O projeto, na área de farmacogenética, correlaciona características genéticas dos pacientes à ocorrência de reações adversas à dapsona, principal medicamento usado no tratamento da hanseníase. “Com essa abordagem, podemos avaliar como genes que codificam enzimas metabolizadoras de drogas podem influenciar na resposta à dapsona nestes pacientes. Indiretamente, o projeto acaba sendo importante também para outras doenças, pois o mapeamento dos perfis genéticos de pacientes pode ter valor na hora de estudá-las”, explica Márcia.

Esta é a segunda vez em que o Laboratório é reconhecido com o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS. Em 2009, o trabalho da estudante Raquel Lima sobre “Influência da variabilidade genética humana dos genes NAT2, CYP2, GSTM1 e GSTT1 na ocorrência de reações adversas hepáticas induzidas pela isoniazida em pacientes com tuberculose ativa” recebeu o primeiro lugar na categoria tese de doutorado. Raquel também foi orientada pelo pesquisador Adalberto Rezende.

O Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS é uma iniciativa do Ministério da Saúde para valorizar pesquisadores que colaboram com o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no país. “Para mim, receber essa menção honrosa representa a valorização do meu trabalho. Passamos por tantas adversidades, como a dificuldade no financiamento e o desafio de conseguir amostragens de pacientes de todo o Brasil”, comemora a pesquisadora.

Enfrentamento à dengue

O trabalho intitulado ‘From Lab to Field: The Influence of Urban Landscapes on the Invasive Potential of Wolbachia in Brazilian Aedes aegypti Mosquitoes’ (Do Laboratório ao Campo: a Influência das Paisagens Urbanas no Potencial Invasivo de Wolbachia em Mosquitos Aedes aegypti Brasileiros) também recebeu menção honrosa, no mesmo prêmio, na categoria 'Trabalho Publicado'. O artigo é de autoria do estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Fiocruz-Minas Heverton Leandro Carneiro Dutra, sob orientação dos pesquisadores Luciano Moreira, da Fiocruz-Minas, e Rafael Freitas, do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários, do IOC.

Produzido por Heverton ainda durante o mestrado, o artigo apresenta aspectos da biologia do mosquito Aedes aegypti e sua relação com a bactéria Wolbachia, estudada como uma potencial alternativa de enfrentamento da dengue no contexto do projeto ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’. Quando presente no Aedes aegpti, a Wolbachia é capaz de reduzir a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito. A bactéria é transmitida para os filhotes a partir do cruzamento de machos e fêmeas e o estudo buscou justamente entender quais fatores podem interferir neste processo. Para isso, foram usadas análises de laboratório, de campo e com o uso de dados matemáticos.

Em laboratório, os pesquisadores analisaram as taxas de transmissão materna - ou seja, o percentual de filhotes nascidos com a bactéria, a partir da união entre machos e fêmeas. Já no campo, foi feito acompanhamento para verificar as estimativas de densidade da população de mosquitos com Wolbachia nascidos nos bairros que integram o projeto. Com o objetivo de compreender os efeitos de diferentes áreas urbanas sobre os insetos, também foram avaliadas as probabilidades de sobrevivência e longevidade dos mosquitos.

Os resultados da análise mostraram que a bactéria Wolbachia possui as características necessárias para se espalhar de forma eficaz, entre as populações de Aedes aegypti, em diferentes ambientes urbanos, incluindo as áreas escolhidas para o desenvolvimento do projeto no Rio de Janeiro. A análise da influência das condições ambientais urbanas sobre a capacidade de dispersão da Wolbachia contribuiu para a fase de estudos de campo, iniciada em setembro de 2014, que contou com a liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. Hoje, os estudos de campo também são realizados em Jurujuba, na cidade de Niterói.


13/11/2015 – Atualizado em 17/11/2015
Max Gomes e Lucas Rocha
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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