Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz
Página Principal

Seminário debate ameaça de agentes infecciosos

Com apoio do IOC, evento aberto ao público em Niterói discutiu desafios dos vírus Zika, dengue e chikungunya e controle do mosquito Aedes aegypti

Os avanços e desafios no enfrentamento do vírus Zika e das malformações congênitas causadas pela infecção em gestantes estiveram entre os principais temas do seminário ‘Ameaças à saúde pública no estado do Rio de Janeiro’, que reuniu cerca de 350 pessoas, em Niterói, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 28/07. Com palestras, debate e espaço para perguntas da plateia, o evento abordou também questões relacionadas aos vírus da dengue e da chikungunya e o controle do mosquito Aedes aegypti. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi um dos apoiadores do seminário, promovido pelas organizações sem fins lucrativos Associação Pestalozzi de Niterói e Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC), com patrocínio da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Fundação Cesgranrio.

Foto: Paulo Bittencourt

Cerca de 350 pessoas assistiram ao seminário realizado no Teatro Popular Oscar Niemayer, no centro de Niterói

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 08 novembro de 2015 a 23 de julho de 2016, foram notificados 599 casos suspeitos de microcefalia e outras malformações congênitas do sistema nervoso central possivelmente associados ao vírus Zika no Rio de Janeiro. Destes, 95 foram confirmados, 187 descartados e 317 permanecem em investigação. O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, afirmou que a Zika ganhou destaque nos últimos meses por causa das consequências graves da infecção em gestantes, mas as três doenças transmitidas pelo Aedes circulam atualmente no Rio. Segundo ele, o número de casos caiu com a chegada do inverno. Porém, uma nova alta é esperada para o verão e é fundamental manter as ações de combate ao vetor.

O debate científico reuniu diretores de três centros de pesquisa do Brasil: Wilson Savino, diretor do IOC; Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan; e Edimilson Migowski, presidente do Instituto Vital Brazil. Savino, que atua como membro do Gabinete para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública da Fiocruz, ressaltou a atuação da comunidade científica brasileira na resposta à emergência internacional. Em sua apresentação, destacou estudos de diferentes grupos de pesquisa do país que contribuíram para construir o conhecimento sobre o vírus Zika, incluindo a identificação do patógeno, feita pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em abril de 2015; a detecção do vírus no líquido amniótico de gestantes cujos fetos foram diagnosticados com microcefalia, realizada pelo IOC em novembro de 2015; e a análise da genética dos micro-organismos, coordenada pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, e publicada em março de 2016. “A comunidade científica brasileira trabalhou de forma rápida e em colaboração para responder a esse desafio de saúde pública e produziu resultados muito importantes”, disse Savino, completando que “ainda há muito trabalho pela frente”.

Foto: Paulo Bittencourt

No debate moderado pelo médico Luiz Antônio Santini, Savino destacou a mobilização da comunidade científica brasileira

O diretor do Instituto Butantan comentou os esforços para desenvolver uma vacina contra o vírus Zika. Kalil afirmou que o trabalho é desenvolvido em colaboração com instituições internacionais e de forma acelerada. Já Migowski disse que o Instituto Vital Brazil trabalha em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em busca de um fitoterápico que atue contra as arboviroses. Na sessão de perguntas da plateia, os pesquisadores discutiram ainda o controle do mosquito A. aegypti, reforçando a importância de eliminação dos criadouros do inseto. “A difusão de informação é uma questão central em situações de emergência em saúde pública. Nesse contexto, o seminário foi uma oportunidade de apresentar informações qualificadas e esclarecer dúvidas da população”, avaliou Savino.

Reportagem: Maíra Menezes
29/07/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Versão para impressão:
Envie esta matéria:

Instituto Oswaldo Cruz /IOC /FIOCRUZ - Av. Brasil, 4365 - Tel: (21) 2598-4220 | INTRANET IOC| EXPEDIENTE
Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP: 21040-360

Logos