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Panorama da ciência no país e no mundo

O segundo dia da Semana da Pós-graduação foi marcado pela palestra de Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

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As recentes conquistas e os persistentes obstáculos da área de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil foram alguns dos temas abordados por Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), durante a palestra ‘A importância da pós-graduação na ciência do Brasil’, realizada na tarde de ontem (22/11), na Semana da Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), iniciativa realizada com o apoio financeiro dos seis programas de pós do IOC. O dia de atividades também contou com a mesa-redonda ‘Eventos científicos que contribuem para a formação dos pesquisadores’, comandada pelos pesquisadores Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC e organizador do Seminário Laveran & Deane sobre Malária, e Fernando Genta, pesquisador do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC e organizador do Encontro Anual do Grupo Arthromint. O final do dia foi reservado para o debate em torno das conquistas e dos desafios da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz (APG-FIOCRUZ/RJ).

Marco legal, inovação e atuação brasileira

Diante do auditório lotado de futuros mestres e doutores, a presidente da SBPC, Helena Nader, traçou um quadro evolutivo dos marcos da institucionalização da ciência no país – destacando a criação das agências de fomento, nas décadas de 1950/1960, e da própria SBPC – e apontou o crescimento da produção científica em todas as áreas do conhecimento, assim como o impacto dessa produção, medido pela citação de pesquisas brasileiras publicadas e pelo percentual de presença da ciência brasileira no mundo. “Outros indicadores mostram a ainda pequena participação do Brasil nas colaborações científicas e redes de pesquisa internacionais”, completou.

Foto: Gutemberg Brito

As recentes conquistas e os persistentes obstáculos da área de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil foram alguns dos temas abordados por Helena Nader, presidente da SBPC


Outro tema abordado na apresentação foi o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que, segundo Helena Nader, tem como mérito tornar transparentes as regras que regulam a parceria das universidades e instituições de pesquisa públicas com o setor privado. “O novo código abre um cenário de grandes promessas e desafios. Ele representa um caminho para a solução de muitos dos problemas crônicos do nosso setor”, comentou. Nader chamou atenção, ainda, para a necessidade de posicionamento da comunidade científica sobre o que diz respeito à reversão dos vetos colocados ao Marco. “Tais vetos fragmentam estruturas projetadas para converter conhecimento em tecnologia e tecnologia em inovações. Além disso, se não forem revertidos, podem gerar insegurança jurídica, colocando em risco instâncias e dispositivos que hoje funcionam com sucesso”, pontuou.

Quando o assunto foi ‘inovação’, a presidente da SBPC fez questão de enfatizar que o cenário não é dos mais auspiciosos. Para ratificar seu posicionamento, Nader apresentou um ranking de 2013 da Global Innovations – instituição que classifica dinâmicas de inovação em 142 países no mundo – que mostra o Brasil com um tímido desempenho, fruto da lenta evolução do número de patentes concedidas e da pequena participação das empresas com pesquisa e desenvolvimento. “No Brasil, os maiores depositários de patentes são as universidades e as instituições de ciência e tecnologia. No resto do mundo, quem faz isso são as empresas”, salientou.

Foto: Gutemberg Brito

Antes da apresentação, Nader visitou o estande '10 minutos contra o Aedes', espaço organizado por pesquisadores e estudantes dos Programas de Pós-graduação do Instituto


Helena Nader encerrou a apresentação citando um trecho do livro ‘A utilidade do inútil’, de Nuccio Ordine, que, segundo ela, tem muito a ver com um instituto que produz ciência básica, como é o caso do IOC: “Não é verdade – nem mesmo em tempos de crise – que só é útil o que produz lucro ou tem uma finalidade prática. Existem saberes considerados “inúteis” que são indispensáveis para o crescimento da humanidade. Útil, portanto, é tudo aquilo que nos ajuda a sermos melhores e melhorarmos o mundo”, disse.

Conquistas e desafios da APG-Fiocruz

A programação da terça-feira também reservou espaço para o debate sobre as conquistas e os desafios da APG-Fiocruz, por meio da palestra ‘Os pós-graduandos e a agenda política de ciência, tecnologia e inovação’, ministrada pela representante da Associação, Maria Fantinatti.

Foto: Gutemberg Brito

‘Os pós-graduandos e a agenda política de ciência, tecnologia e inovação’ foi apresentado pela representante da APG-Fiocruz, Maria Fantinatti


Dentre as conquistas, a representante destacou a criação do alojamento Hélio Fraga, espaço voltado para hospedagem de alunos de pós-graduação de outros estados; a instalação, no prédio do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc-SN/Fiocruz), de um restaurante com menor custo para os estudantes; e a mudança de rubrica junto ao governo do Estado do pagamento de bolsas da Faperj. “Algumas ações precisam ser revistas como, por exemplo, o bandejão da Asfoc. Ele constantemente fica vazio, o que nos leva a duas conclusões: ou os alunos da Fiocruz têm condições de pagar para almoçar em outro espaço, ou preferem trazer comida de casa”, comentou. “No último grande atraso no pagamento das bolsas da Faperj, descobrimos que as mesmas estavam inseridas na rubrica ‘despesas discriminatórias’, aquelas que o Estado não tem obrigação de cumprir. Entramos em negociação com o governo e conseguimos mudar para a rubrica de ‘despesas obrigatórias’, colocando o pagamento junto com o dos servidores estaduais. O que a princípio pareceu bom, hoje, diante da crise do Estado, fica razoável”, lamentou.

Alguns desafios ainda precisam ser superados, segundo Fantinatti. “Estamos lutando para que os estudantes da Fiocruz tenham representação no Conselho Deliberativo da instituição e atuação nos processos eleitorais. Assim como, continuamos defendendo a necessidade de incorporação dos pós-graduandos no decreto que insere os universitários no grupo de beneficiários do Bilhete Único Carioca”, concluiu.

Reportagem: Kadu Cayres
Edição: Raquel Aguiar
23/11/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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