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Pesquisadora tailandesa debate qualificação internacional de laboratórios

Em visita ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC), a pesquisadora Siripan Wongwanich, do Departamento de Ciências Médicas do Ministério da Saúde da Tailândia apresentou no último dia 23 (terça-feira) a palestra Medical Laboratory Standard and Accreditation in ISO 15189, que esclareceu as principais exigências para a obtenção desse certificado de avaliação internacional de laboratórios. A palestra faz parte de uma parceira com instituições tailandesas já qualificadas e que recentemente receberam a visita de pesquisadores do IOC, numa viagem de aprendizado. Em abril, o Laboratório de Epidemiologia Molecular de Doenças Infecciosas do Instituto tornou-se a primeira unidade de pesquisa a conseguir a certificação de qualidade do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML).  Integrantes de sua equipe realizaram, em seguida, um intercâmbio com institutos tailandeses acreditados com o selo ISO 15189. De volta ao Brasil, o objetivo é preparar o laboratório para obter também essa qualificação internacional.

A palestra da pesquisadora Siripan Wongwanich foi uma continuação deste processo de aprendizagem. Na entrevista a seguir, a pesquisadora tailandesa abordou as principais medidas para que os laboratórios brasileiros obtenham o a acreditação ISO 15189 e afirmou que a Fiocruz ocupa, dentro do Brasil, um posto de vanguarda nesse processo.

 Gutemberg Brito

A pesquisadora Siripan Wongwanich ensina o caminho para os laboratórios brasileiros conseguirem a acreditação ISO 15189

Depois de conseguir o certificado do PALC, o Laboratório de Epidemiologia Molecular de Doenças Infecciosas do IOC pretende, agora, obter a acreditação ISO 15189. Quais as principais características consideradas no processo de avaliação para a obtenção do ISO 15189?

A avaliação se divide em duas partes. A primeira é a análise técnica, que envolve toda a equipe do laboratório, incluindo técnicos e cientistas. A segunda parte consiste em uma análise do gerenciamento, da forma de organização, registro de dados, segurança e a distribuição espacial. Para conseguir o ISO 15189, o laboratório precisa ter uma equipe qualificada, bem treinada, comprometida e atenta ao gerenciamento e ao registro de todos os dados obtidos. É preciso compreender o que representa esse certificado e, dessa forma, se esforçar para implementar as medidas necessárias para sua obtenção.

A senhora considera difícil a obtenção do certificado ISO 15189?

Eu não acho que é difícil. Mas as pessoas às vezes não têm essa preocupação, não pensam nisso. Se pararem para se perguntar o que querem do seu trabalho, poderão abrir suas mentes, observar outros laboratórios, em outros países, e entender tudo que têm a ganhar ao se preparar para esse tipo de avaliação.

E quais são as vantagens que conseguir um ISO 15189 pode trazer para o laboratório e para o combate às enfermidades por ele estudadas? 

Geralmente o trabalho dos laboratórios é analisar as amostras dos pacientes atingidos por determinada doença. Quanto mais os relatórios que apresentar forem corretos e confiáveis, melhor esses dados poderão ser usados para a interpretação dos casos e para o diagnóstico e o tratamento das doenças.

A Tailândia possui diversos laboratórios que já receberam a acreditação ISO 15189. Qual o segredo do sucesso do país nesta área?

Um determinante central é que o Ministério da Saúde tailandês acredita na importância desse trabalho de desenvolvimento dos laboratórios. Além disso, o Ministério também quer dar à população um serviço de qualidade internacional. Um fato muito interessante que temos observado é que, por serem qualificados internacionalmente, nossos laboratórios são procurados cada vez mais por pessoas de diferentes partes do mundo, para realizar tratamentos médicos.

Embora o Brasil desenvolva uma série de pesquisas importantes internacionalmente, não há nenhum laboratório brasileiro acreditado pelo ISO 15189. O que justificaria este  aparente paradoxo?

Acredito que é hora de algumas organizações se mobilizarem para resolver o problema. O contato entre a Fiocruz e instituições como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML), por exemplo, pode levar a um trabalho colaborativo e à elaboração de um esforço conjunto que vise promover a acreditação dos laboratórios médicos brasileiros.

A senhora acredita que a Fiocruz deve estar à frente dessa mobilização?

Claro, acho que a Fiocruz pode mostrar-se ao resto do país como um modelo de qualificação de nível internacional. Ela pode realizar pesquisas dentro de um padrão certificado de qualidade internacional.

Durante sua estadia no Brasil, a senhora conheceu alguns laboratórios brasileiros, em especial os da Fiocruz e do Instituto Oswaldo Cruz. Como a senhora avalia esses laboratórios?   

Eu acredito que tecnicamente os laboratórios são excelentes, as equipes são muito boas e exatamente por isso elas precisam de mais suporte e investimento nas pesquisas que desenvolvem. Por outro lado, ainda precisam se desenvolver mais no que se refere ao gerenciamento dos laboratórios.

 Marcelo Garcia

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