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Curso contribui para o combate a pandemias de gripe

Foi realizado na última semana, com a colaboração do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Curso Prático para Atualização das Técnicas para Diagnóstico de Influenza. O curso prático e teórico faz parte de um esforço do governo federal para preparar os laboratórios brasileiros para a possível entrada de um vírus pandêmico de gripe no país. Participaram técnicos de todos os 27 Laboratórios Centrais em Saúde Pública (Lacen) do país, dos Institutos Evandro Chagas e Adolfo Lutz e da Fundação Oswaldo Cruz. A parte prática do curso foi realizada no Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC, que atua como serviço de referência nacional em influenza.

“Pretendemos aprimorar a vigilância do Ministério da Saúde, no sentido de nos prepararmos para o caso da possível introdução de vírus como o da gripe aviária no país, por exemplo”, explica Ligia Maria Cantarino, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde e uma das coordenadoras do curso. “Nossa preocupação é capacitar os Lacen para rapidamente identificar o vírus que está circulando em seus estados e, com isso, possibilitar uma resposta mais rápida em situações de emergência.”

Gutemberg Brito

 

O curso procurou capacitar representantes de todos os 27  Lacem do país  na utilização de técnicas  moleculares para o diagnóstico do vírus da gripe.


O objetivo do curso foi apresentar técnicas de biologia molecular para o diagnóstico da gripe e identificação do vírus responsável pela doença. A primeira parte do encontro, teórica, aconteceu entre os dias 5 e 7 de novembro, num hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, com representantes de todos os Lacen e dos Instituições de referência. Os últimos dois dias de curso foram dedicados ao trabalho prático de capacitação de técnicos de 5 Lacen - Pará, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina -, considerados mais avançados no processo de instalação das técnicas de biologia molecular para o diagnóstico de vírus de gripe. O treinamento prático foi realizado no IOC.

O curso apresentou aos técnicos o processo de Reação em cadeia de Polimerase (PCR), com o objetivo de fazer com que esta técnica de biologia molecular possa ser utilizada em complemento ao procedimento atualmente empregado, a Imunofluorescência indireta. “O PCR é um processo rápido, utilizado para vários vírus respiratórios”, explica Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório do IOC e uma das coordenadoras do curso. “Ele possui uma grande sensibilidade e nos possibilita realizar uma análise filogenética, para identificar as cepas do vírus. Os participantes também receberam atualização teórica e prática sobre o kit comercial para teste rápido de diagnóstico de influenza”, conta.

 Gutemberg Brito

 

 Representantes de cinco Lacem foram escolhidos para participar da parte prática do curso, realizado no laboratório de Vírus Respiratórios do IOC, classificado pelo Ministério da Saúde como referência nacional no diagnóstico de Influenza



“Os Lacen já utilizavam biologia molecular para o diagnóstico de outras doenças, como Leishmaniose e Aids”, explica Ligia. “Porém, os pesquisadores puderam acompanhar, passo a passo, a utilização desses processos para o diagnóstico de Influenza, que já é padrão nos centros de referência nacional.”A tecnica da SVS explica que, para diminuir os riscos de uma pandemia, os Ministérios da Saúde e da Agricultura estão trabalhando juntos. “Identificar as cepas mais comuns no mundo durante um ano permite produzir vacinas mais eficientes para o ano seguinte”, observa Ligia. “Junto com o monitoramento dos vírus nas aves, esse trabalho é fundamental para nos preparar para o surgimento de um possível vírus pandêmico.”

Durante o curso também foram ministradas palestras sobre biossegurança, em especial no transporte do material. “Muitas vezes, os Lacen têm que enviar as amostras para os centros de referência nacional realizarem o isolamento viral”, explica Marilda. “Por isso, deve haver muito cuidado na manipulação do material infeccioso e na adoção de práticas que minimizem os riscos para os pesquisadores e para todas as pessoas que o manipularem”, sintetiza.

Marcelo Garcia

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