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Motilidade das células imunes: da teoria à prática

Seminários, apresentações de trabalhos e atividades práticas em laboratório reuniram pesquisadores e estudantes brasileiros e estrangeiros em curso sobre a movimentação dos leucócitos

O funcionamento do sistema imune está relacionado a uma complexa rede que inclui diferentes células de defesa – entre elas, os leucócitos. A migração é um evento chave na resposta de células do sistema imune a infecções e cânceres, por exemplo, e sua desregulação está associada a diversas doenças inflamatórias. Os estudos sobre o controle da motilidade em leucócitos progrediram nos últimos anos, principalmente em função de novas tecnologias e equipamentos. Para discutir os avanços e as perspectivas sobre o tema, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizou, entre os dias 02 e 08 de fevereiro, o ‘International Workshop on Immune Cell Motility – LymphoRioMove’ (Workshop Internacional sobre Motilidade das Células Imunes). Seminários, apresentações de trabalho e uma maratona de atividades práticas em laboratório fizeram parte do encontro que reuniu cerca de 80 pesquisadores e estudantes de pós-graduação. “As linhas de pesquisa científica em migração celular têm caráter interdisciplinar e apresentam necessidade imediata de formação de recursos humanos nessa temática. Os cursos teórico-práticos nas diferentes edições do LymphoRioMove têm trazido para o Brasil, e para o Rio de Janeiro em particular, as diferentes abordagens, tecnologias e discussões sobre o tema”, destacou o pesquisador Vinicius Cotta de Almeida, do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC, e um dos organizadores do evento.

O primeiro dia (02/02) foi aberto a toda a comunidade acadêmica e científica. Integrado às atividades do Centro de Estudos do IOC, o encontro contou com a presença da pesquisadora Ana-Maria Lennon Dumenil, do Institut Curie/INSERM, de Paris, na França, que abordou estudos sobre as dinâmicas migratórias de células que possuem papel central na indução de resposta imune a partir de duas técnicas: imageamento in vivo e ensaios em microdispositivos. Também ministrou palestra o pesquisador Hugo Caire Castro Faria Neto, do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC, que apresentou pesquisa sobre uma proteína presente nos macrófagos apontada como importante para a migração e acúmulo dessas células de defesa em lesões inflamatórias. Mais de 80 pessoas participaram da atividade.

Peter Ilicciev

A pesquisadora Ana-Maria Lennon Dumenil, do Institut Curie/INSERM, destacou técnicas de imageamento in vivo e ensaios em microdispositivos para estudos sobre a migração celular


A segunda etapa do encontro, destinada a estudantes de pós-graduação da Fiocruz e de instituições da França, Polônia, Suécia e Uruguai previamente inscritos, contou com cursos práticos, ministrados entre os dias 05 e 08. Acompanhados por pesquisadores e especialistas em microscopia e tratamento de imagens, os alunos realizaram experimentos em microscopia confocal para avaliação de motilidade de linfócitos e imunomarcação para avaliação de proteínas relevantes para a migração. Os experimentos foram acompanhados de análise computacional de imageamento, técnica que permitiu a interpretação dos dados de estratégias de motilidade celular obtidos com o uso de vídeo-microscopia. Em um espaço aberto ao compartilhamento de experiências, os estudantes também tiveram a oportunidade de apresentar resultados de suas pesquisas de mestrado e doutorado para pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

O workshop foi promovido pelo Laboratório de Pesquisas sobre o Timo, com o apoio do Laboratório de Patologia e do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular, ambos do IOC. O encontro também contou com o apoio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, da Sociedade Brasileira de Imunologia e do consulado geral da França no Rio de Janeiro. Participaram da organização os pesquisadores Vinicius Cotta de Almeida, do IOC e Zilton Vasconcelos, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), além dos especialistas da França, Loic Dupré, do Centro de Fisiopatologia de Toulouse Purpan, e Karl Balabanian, da Universidade Paris-Sul.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
16/02/2018
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