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Um sistema para analisar as mudanças do clima

Software desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz auxilia no planejamento de ações para redução da vulnerabilidade humana frente à gravidade das alterações do clima

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de lançar um software capaz de avaliar e comparar as vulnerabilidades e os fatores de risco das cidades. Desenvolvido no âmbito do projeto “Construção de Indicadores de Vulnerabilidade da População como Insumo para a Elaboração das ações de Adaptação à Mudança do Clima no Brasil”, por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz) e Instituto René Rachou (Fiocruz-Minas), o Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima) contribuirá para o planejamento de ações e medidas de adaptação de curto, médio e longo prazo para redução da vulnerabilidade humana frente aos impactos das mudanças do clima. O projeto conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, e da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da Fiocruz.

Até o momento, dados de seis estados estão inseridos no software: Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Amazonas, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Desde outubro de 2014, uma equipe formada por pesquisadores e técnicos da Fundação recolheu e analisou informações relativas à população, preservação ambiental, ocorrência de fenômenos extremos, como tempestades, e doenças relacionadas ao clima. A ferramenta apresenta cerca de 65 variáveis sobre cada cidade dos estados participantes, incluindo dados sobre cenários climáticos para o período de 2041 a 2070. Ao todo, o sistema já tem índices referentes a 1.020 municípios.

Alguns dados preocupam. No estado do Amazonas, as secas comprometeriam a navegação e, consequentemente, o abastecimento de água, alimentos e combustível. A cidade de Curitiba, no Paraná, foi considerada a mais vulnerável no índice de doenças associadas ao clima, em virtude da incidência de casos de leptospirose e mortalidade infantil por diarreia. Municípios da região do Pantanal mato-grossense apresentaram elevados índices de exposição aos desastres naturais. Além disso, a parte norte do Espírito Santo poderá sofrer uma elevação de até 88% no índice de estiagem. E, enquanto a população do Sertão Pernambucano precisará enfrentar um aumento de até 3,7°C na temperatura, até 2041, os moradores da porção oeste do Maranhão poderão ter que resistir a um aumento de até 5,4°C, no mesmo período.

“Durante os seminários para apresentação desses resultados, a equipe do projeto capacitou representantes das secretarias estaduais de saúde e meio ambiente, universidades e instituições que atuam na área de recursos hídricos e social para uma precisa utilização da ferramenta. Esses dados representam um importante instrumento de trabalho e planejamento das autoridades”, enfatiza Martha Barata, pesquisadora do IOC e coordenadora-geral do projeto, juntamente com Ulisses Confalonieri, da Fiocruz Minas. Barata chama, ainda, atenção para a importância da participação da sociedade para o sucesso das ações de redução da vulnerabilidade da população dos municípios à mudança do clima.

O software foi lançado no último dia 28 de março, em cerimônia realizada em Brasília, durante o Seminário de Encerramento do Projeto Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima. Saiba mais sobre a iniciativa clicando clique aqui.

Foto da capa: Reservatório de Sobradinho vive a maior seca de sua história, por Marcello Casal Jr/Agência Brasil - Licença Creative Commons Atribuição 3.0


05/04/2018
Reportagem: Vinicius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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