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Três cidades já receberam o ‘Expresso Chagas 21’

Projeto promove atividades de ciência e arte sobre a doença de Chagas, levando informações e oportunidade de diagnóstico para a população. Até dia 29, cinco municípios mineiros serão visitados




As cidades mineiras de Grão Mogol, Espinosa e Montes Claros já receberam as atividades do projeto ‘Expresso Chagas 21’, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Iniciada no dia 19, a expedição itinerante repleta de ciência e arte com foco na doença de Chagas é uma forma diferente de apresentar resultados científicos. Realizada em celebração aos 110 anos da descoberta do agravo, a iniciativa leva à população informações sobre prevenção e tratamento, além de oferecer oportunidade de diagnóstico gratuito. Até 29 de julho, o ‘Expresso Chagas 21’ passará também por Lassance e Belo Horizonte, totalizando cinco municípios contemplados, com mais de dois milhões de habitantes. Outras quatro localidades serão beneficiadas por meio de parcerias com autoridades locais, incluindo Monte Azul, Mato Verde, Porteirinha e Padre Carvalho. Ao todo, serão percorridos mais de 1.200 quilômetros. Confira, ao final, o calendário detalhado de atividades.

Fotos: Rita Machado e Rodrigo Mexas / Arte: Jefferson Mendes

Expedição itinerante leva informações sobre a doença de Chagas, atividades de ciência e arte e capacitação para profissionais de saúde a cidades do norte de Minas

Projeto Selênio
O ‘Expresso’ passou recentemente a integrar um macroprojeto de pesquisa clínica da Fiocruz, o ‘Projeto Selênio’, cujos resultados iniciais serão divulgados. Liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a iniciativa inédita propõe uma estratégia complementar aos atuais medicamentos usados no tratamento da doença de Chagas: um suplemento à base de selênio, com ação antioxidante pode contribuir na redução dos danos cardíacos relacionados à fase crônica da enfermidade.

“Além da dimensão histórica e da vertente de divulgação científica intrínsecas ao ‘Expresso Chagas 21’, na medida em que levamos atividades para o grande público, o projeto representa uma inovação no método de apresentação dos resultados científicos à sociedade, sempre com foco no cuidado e na voz do portador dessa infecção”, ressalta Tania Araújo-Jorge, chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e coordenadora da iniciativa.

Vagões de conscientização
Inspirado no pequeno laboratório montado por Carlos Chagas em um vagão de trem em Lassance, para onde fora enviado, a princípio, para debelar uma epidemia de malária que comprometia as obras de uma ferrovia, o projeto contará com atividades divididas em seis vagões cenográficos. Ao chegar na ‘Estação Lassance’, nome dado à recepção, o visitante realizará o credenciamento, verá filmes e esquetes de teatro, participará de dinâmicas sensibilizadoras para “falar de Chagas” e será então direcionado ao primeiro vagão. Com o tema “Associações de Pacientes”, o ambiente é dedicado à dimensão social da iniciativa, com visibilidade ao enfrentamento da doença e aos portadores e afetados, que demandam cuidado e atenção como direitos fundamentais à saúde. Também será estimulada a busca pelo diagnóstico, o compromisso com o tratamento e o fortalecimento da rede de atenção aos pacientes.

“Estamos trabalhando diretamente com os serviços de atenção primária das cidades, numa parceria que permitirá a testagem gratuita de moradores de alguns municípios com maior prevalência da doença no país”, afirma a pesquisadora. Enquanto estima-se que 0,08% da população brasileira seja atingida pela doença de Chagas, o índice em Padre Carvalho, por exemplo, chega a 5,6%, em Grão Mogol, 1,9%, em Porteirinha, 1,0% e em Espinosa, 0,7%. O Grupo Técnico de doença de Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde de Minas Gerais está colaborando com a iniciativa.

Destinado às “Inovações”, o segundo vagão cenográfico proporcionará ao público informações atualizadas sobre os avanços da ciência, tanto em tratamento como em diagnóstico, que resultam em novas possibilidades para os portadores de Chagas. Nos vagões de número três (“Brincar e Descobrir”), quatro (“Casa e Saúde Única”) e cinco (“Promoção da Saúde”), os visitantes terão acesso a atividades que unem ciência e arte, com exposição de pôsteres, exibição de vídeos, jogos, apresentações teatrais e performances musicais.

O último vagão (“Sua Voz”) procurará ouvir e captar a voz dos participantes, seus anseios, descobertas, emoções e inquietações surgidas ao longo do percurso nos vagões do Expresso, onde eles poderão deixar depoimentos, imagens, tirar fotos num pôster ilustrado com a figura do célebre cientista Carlos Chagas. Em todas as cidades haverá também sessões de cinema ao ar livre nas praças.

Preparativos
Antes da partida para o estado mineiro, o ‘Expresso Chagas 21’ fez três paradas em eventos do Rio de Janeiro. Em uma espécie de preparação, os especialistas desenvolveram oficinas de ciência e arte durante a ‘1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz’, no dia 3 de julho, na sede da Fundação, em Maguinhos; no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, no dia 6; e no ‘Domingo com Ciência na Quinta’, no dia 7, um evento organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Parceiros
O ‘Expresso’ é um projeto do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto René Rachou (Fiocruz-Minas), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Associação Rio Chagas, Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela doença de Chagas (FINDECHAGAS), Médicos Sem Fronteiras, Coalición Chagas e Iniciativa em drogas para doenças negligenciadas (DNDi).

No IOC, participam o Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde e sete Laboratórios – de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos; de Biologia Celular; de Biologia das Interações; Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera; de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios; de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas; de Morfogênese e Morfologia Viral –, além do Projeto Ciência na Estrada. Na Fiocruz-Minas, colaboram com o projeto o Laboratório de Doença de Chagas e o Grupo de Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Ainda na Fiocruz, há participação do Programa de Pesquisa Translacional em Promoção da Saúde (FioPromoS).

O projeto conta com apoio principal do projeto selênio e seus financiadores, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, a Catalent e a Fiocruz. A rede hispano-latino-americana NHEPACHA e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ESNP/Fiocruz) são apoiadores do projeto.

Roteiro:
19 e 20 de julho - Grão Mogol (Escola Estadual Prof. Oswaldo Simões - Av. Artur Campos, 166, Centro)
21 e 22 de julho – Espinosa (Escola Municipal Pequeno Príncipe - Rua da Imprensa, no 1, Centro)
24 a 26 de julho - Montes Claros (Universidade Estadual de Montes Claros (prédio 2 CCH Campus Universitário Prof. Darcy Ribeiro - Av. Professor Rui Braga, s/n, Vila Mauricéia)
27 de julho – Lassance (Escola Municipal Maria da Conceição Luzia - Avenida Nossa Senhora do Carmo, 1493, Nova Lassance)
28 e 29 de julho – Belo Horizonte (Universidade Federal de Minas Gerais)

Ilustração: Erik Costa
Reportagem: Vinicius Ferreira e Maíra Menezes
Edição: Raquel Aguiar
25/07/2019
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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