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‘Não há nada nesse mundo que resista ao trabalho’

Em cerimônia pelo Dia Mundial da Luta contra a Malária, pesquisador do IOC é agraciado com Medalha Henrique Aragão, por sua excelência na pesquisa e no ensino e pela aproximação entre academia e serviços de saúde

O amanhã é um tempo e um espaço destinado a projeções. E foi no emblemático Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), que nesta segunda-feira, 25 de abril, data em que é celebrado o Dia Mundial da Luta contra a Malária, que autoridades de saúde e importantes nomes da comunidade científica nacional e internacional se reuniram para projetar um futuro sem essa endemia que acomete milhões de pessoas ao redor do planeta.

Na ocasião, o pesquisador Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), foi laureado com o maior reconhecimento do país destinado a personalidades do campo da malariologia: a Medalha Henrique Aragão.

O Dia Mundial da Luta contra a Malária foi definido pela Organização Mundial da Saúde em 2007 como forma de promover consciência sobre o tema. O fato foi lembrado por Leonardo Carvalho, presidente da XVI Reunião Nacional de Pesquisa em Malária (XVI RNPM) e pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, que destacou o planejamento da comissão organizadora da Reunião para que o evento ocorresse na semana da efeméride.

Peter Ilicciev

Da esquerda para a direita: Leonardo Carvalho, presidente da VXI RNPM, Cassia Fernandes, diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, e Juliette Morgan, diretora do escritório regional do CDC no Brasil


“Trata-se de uma data muito significativa da OMS para chamar atenção da sociedade, de governantes e da mídia para o problema da malária, que continua a afetar de forma ainda muito dura um contingente enorme de pessoas no Brasil e em muitos países das regiões tropicais e subtropicais do globo”, frisou o especialista.

A diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (MS), Cassia Fernandes, representando o Secretário de Vigilância em Saúde do MS, Arnaldo Correia Medeiros, lembrou o compromisso da pasta em atender a meta da OMS em erradicar a transmissão da malária até 2035. “Esse é um momento ímpar em que conseguimos articular nossas demandas, dificuldades e estratégias que precisam ser definidas, em um cenário de discussão de evidências científicas, que nos auxiliam na melhor tomada de decisão”, afirmou.

De acordo com a diretora, o Ministério lançará em maio um plano focado na eliminação da doença. “O Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária trabalha há muitos anos na vigilância baseada no controle e desejamos avançar mais, para que possamos eliminar a malária do Brasil”, acrescentou.

Os esforços do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/EUA) para o enfrentamento de doenças infecciosas, incluindo a Malária, nos Estados Unidos e no mundo foram abordados por Juliette Morgan, diretora do escritório regional do CDC no Brasil. “O CDC reconhece que as ameaças à saúde podem ter ramificações amplas, afetando não apenas a saúde dos Estados Unidos, mas também do mundo. Como parte de seus esforços globais, o CDC está aprimorando o seu trabalho em níveis regionais. Embora o CDC tenha trabalhado em alguns países da América do Sul, historicamente nós temos uma presença física muito limitada no continente. O escritório regional da América do Sul foi lançado em outubro de 2020 e está sediado no Brasil, em Brasília e aumentará a nossa presença e capacidade para fazer novas parcerias”, salientou.

Peter Ilicciev

Da esquerda para a direita: Socorro Gross, representante da OPAS no Brasil, Rodrigo Prado, secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, e Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz


Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, enalteceu o trabalho dos cientistas que ao longo do tempo vem contribuindo para inúmeros avanços da sociedade, não somente em malária, com a redução gradual dos casos, mas também em Covid-19, com o desenvolvimento de imunizantes que reduziram drasticamente os índices de casos graves e óbitos. “Hoje é um dia especial, uma das primeiras vezes que posso falar sem máscara. Isso porque a força de trabalho entre a academia e os trabalhadores da saúde tornaram esse dia possível”, enalteceu.

A especialista complementou exaltando o intenso trabalho dos malariologistas. “Há 15 anos temos o Dia Mundial da Malária. Uma doença que afeta mais as pessoas que estão em maior vulnerabilidade. Quando nós falamos de saúde e saúde universal para todos e todas, estamos falando de doenças como essa. Elas tendem a diminuir porque temos ações que são boas, e temos pesquisadores que podem fazer inovação. Que tenhamos um amanhã sem malária”, bradou.

Rodrigo Prado, secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, agradeceu a escolha da cidade para a realização do evento em uma data tão significativa. “É importante que esses eventos voltem a acontecer e, também, voltem a acontecer no Rio de Janeiro”, pontuou.

Representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger, reforçou a tradição do Brasil no combate à malária e a dedicação de Cláudio Ribeiro no enfrentamento à endemia. “Hoje temos a grata felicidade de celebrar, juntamente ao Dia Mundial da Luta contra a Malária, um pesquisador que orgulha muito a Fiocruz. Tive a honra de trabalhar junto com Cláudio Ribeiro em algumas publicações e sei da importância que ele tem na contribuição científica, na formação de pesquisadores e na organização de simpósios”, declarou.

Representando a Diretoria do IOC, estavam presentes na cerimônia o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Elmo Eduardo de Almeida Amaral, e do vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação, Ademir de Jesus Martins Júnior.

A entrega da medalha
Precedendo a concessão da honraria, o pesquisador da Fiocruz Manaus, Marcus Lacerda, emocionou a todos os presentes ao narrar uma prodigiosa carta direta do célebre Henrique Aragão, expoente da área de doenças infecciosas, virologia e leishmanioses, falecido em 1956, para Cláudio Ribeiro, considerado um dos maiores malariologistas do país.

Peter Ilicciev

Discurso criativo de Marcus Vinicius, pesquisador da Fiocruz Manaus, deixou a plateia emocionada


A carta começa com uma certa lamentação de Aragão por não ter tido a feliz oportunidade de conviver com Ribeiro. “Querido Cláudio, não chegamos a nos encontrar em vida. Quando você tinha apenas três anos de idade, eu parti. Você é de leão e eu de sagitário. Teria sido interessante termos conversado um pouco mais sobre a vida e sobre ciências, se tivéssemos nos esbarrado antes”, diz.

Na sequência, o remetente enfatizou o papel fundamental da família na formação das pessoas e dos cientistas que se tornaram. “Ninguém chegou até aqui sem pais dedicados. Você deve concordar comigo que foram eles que formaram nosso caráter e instigaram nossa curiosidade e nossa habilidade em pensar”.

A trajetória científica dos dois em instituições estrangeiras também estava presente nas linhas da dedicatória. “Eu também precisei sair do país um tempo para poder me aperfeiçoar e entender como a ciência internacional funcionava. O Dr. Prowasek veio a Manguinhos passar uma temporada, e quando retornou à Alemanha, me levou junto com ele. Foram momentos inesquecíveis. Eu entendi que o mundo era muito maior do que Manguinhos e como os alemães prezavam a boa metodologia científica. Por isso, compreendo bem a sua necessidade em ter saído do Brasil e feito seu mestrado e doutorado na Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris. O alemão virou minha segunda língua, assim como o francês viria a se tornar a sua”.

A carta continuou evidenciando o caminhar parecido por Manguinhos. “Mas ambos tivemos a coragem de retornar ao nosso país, à nossa alma mater, o Instituto Oswaldo Cruz, que tivemos o privilégio de dirigir, mesmo que em tempos diferentes. Os seus desafios não foram iguais os meus, mas tanto você quanto eu enxergamos as imensas possibilidades de crescimento da nossa instituição e as oportunidades em fazermos dela uma referência para o mundo. Eu criei vários pavilhões novos em Manguinhos, além de áreas para o estudo da doença de Chagas, da malária e da esquistossomose. Você, que tinha um interesse especial pela Reumatologia, logo se interessou pelo estudo pioneiro da autoimunidade na malária, e quando voltou ao Brasil, tornou-se o pesquisador titular mais jovem da Fiocruz, e rapidamente fundou um laboratório de malária, referência na Região Extra-amazônica”, frisou.

Na carta fictícia, Aragão enalteceu ainda algumas das características que considerava particularmente diferenciais de Ribeiro, como a persistência em ensinar, formando mão de obra qualificada para a ciência e saúde brasileiras e as importantes contribuições sobre o diagnóstico e o tratamento da malária e das infecções assintomáticas também foram ressaltadas.

Finalizando as palavras de reconhecimento, Aragão parabenizou Cláudio pela honraria e emanou o desejo de dias melhores para toda a sociedade. “Receba a minha medalha com imenso carinho e cuidado. Ela lhe foi conferida pelos homens que você mesmo cativou, hoje aqui reunidos na 16ª Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, no Museu que tem o nome do Amanhã. Você é um orgulho para a Fiocruz, para o Brasil e para o mundo. Descanso em paz, e sei que viveremos no Brasil dias melhores, dias sem desigualdade, dias demais Ciência, e talvez até dias sem que exista esta terrível doença. E lembre-se sempre de uma frase que eu sempre repetia em vida: ‘não há nada que resista ao trabalho’. [Leia aqui a carta na íntegra]

Peter Ilicciev

Wilson Savino, amigo de Cláudio Ribeiro e colega de trabalho há quase 40 anos, foi o responsável pela entrega da medalha


A entrega da medalha ficou a cargo de Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Nacional da Fiocruz e pesquisador do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC. Savino lembrou da longa trajetória científica, de quase quarenta anos, que tem em comum com Cláudio Ribeiro e comparou a sensação de entrega da medalha com o da defesa de doutorado do amigo, a qual estava presente.

“Poucas são as palavras de poucas sílabas e muitos significados. Amor é uma delas. Amor em todas as dimensões. Ubuntu é outra; uma palavra africana que quer dizer ‘existo para servir a tua existência’. E de Ubuntu surge uma outra palavra, muito usada na Europa – muito menos praticada do que usada – chamada solidariedade. Essas palavras são abstratas e, no entanto, imensuravelmente concretas; e delas nós devemos nos servir 24 horas por dia, sete dias por semana. São poucas as pessoas de muito significado. São poucas, mas existem. Hoje, o nome é Cláudio Ribeiro. E eu terei a honra e a felicidade de, assim como pude aplaudi-lo no dia de seu doutoramento, ter a honra de aplaudir e entregar a ele a medalha Henrique Aragão”, exclamou.

Em seu discurso de agradecimento, Cláudio enfatizou estar honrado por seu agraciado com a mesma láurea oferecida a nove grandes personalidades da ciência. “Nunca, mesmo em meus sonhos mais secretos, eu podia imaginar que um dia seria galardoado com a medalha Henrique Aragão, cuja criação propus com Hooman Momen à Fiocruz, há 31 anos, para a atribuir a Leônidas Deane e Percy Garnham. Então, eu sou profunda e reconhecidamente grato aos meus colegas, parceiros e colaboradores Leonardo Carvalho e Fátima Cruz, organizadores da 16ª edição da RNPM, pela iniciativa de submeterem ao Comitê Científico da Reunião a ideia de propor à Fiocruz a concessão dessa honrosa homenagem. Sou grato também à Comissão de alto nível proposta pela Presidência da Fiocruz e Presidida pelo Professor Wilson Savino que aprovou o meu nome para essa distinta honra. Obrigado Alda Cruz, Claude Pirmez, Elisa Cupolillo, Hugo Caire, Jerson Silva, Manoel Barral, Marcus Lacerda, Ricardo Lourenço e Wilson Savino”, elencou.

Após demonstrar gratidão aos mais diferentes profissionais, estudantes, instituições e agencias com os quais se relacionou e/ou possibilitaram seu crescimento pessoal e profissional, Ribeiro finalizou enaltecendo suas maiores inspirações: seus pais. “Outro dia agradeci emocionado, tarde da noite e sozinho na sala da minha casa, ao meu pai. Eu estava diante da estante que herdei dele - que a mandou fazer em freijó com seu extremo bom gosto há cerca de 60 anos e cobria duas das paredes do escritório da casa onde morei na infância, adolescência e juventude. Esse, e nenhum outro cômodo da casa, era o local onde devíamos estudar em silêncio. Naquela noite, fiz a ele e a minha mãe o agradecimento que repito aqui esta noite: obrigado por me terem dado a vida”, concluiu com a voz embargada. [Leia, ao final, a íntegra do discurso de Cláudio].

Peter Ilicciev

"Obrigado!": discurso de Cláudio Ribeiro foi repleto de agradecimento aos mais diversos atores envolvidos na conquista da láurea


A honraria
Criada em 1991, a Medalha Henrique Aragão carrega o nome do cientista que possui ampla atuação na área das doenças infecciosas, virologia e leishmanioses. Aragão teve forte presença no IOC, onde também foi diretor entre 1942 e 1949.

A Medalha Henrique Aragão, concedida pela Fiocruz, reconhece o trabalho de cientistas que fizeram importantes contribuições ao estudo da malária. Desde a sua criação, apenas nove pesquisadores receberam a honraria. Entre eles, William Collins (CDC), Leonidas Deane (Fiocruz), Percy Garnham (Universidade de Londres) e o casal Victor e Ruth Nussenzweig (Universidade de Nova York) que descobriu a proteína que serviu de base para o desenvolvimento da única vacina antimalárica existente, atualmente em uso na África.

Íntegra do discurso de Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, na cerimônia de entrega da Medalha Henrique Aragão: “Em um momento desses o único a fazer é agradecer...Obrigado, Marcus, por essa sua fala que acaba de entrar na categoria das coisas inesquecíveis. Nunca, mesmo em meus sonhos mais secretos eu podia imaginar que um dia seria galardoado com a medalha Henrique Aragão cuja criação propus com Hooman Momen à Fiocruz há 31 anos para a atribuir a Leônidas Deane e Percy Garnham. Então eu sou profunda e reconhecidamente grato aos meus colegas, parceiros e colaboradores Leonardo Carvalho e Fátima Cruz, organizadores da 16ª edição da RNPM, pela iniciativa de submeterem ao Comitê Científico da Reunião a ideia de propor à Fiocruz a concessão dessa honrosa homenagem.

Sou grato também à Comissão de alto nível proposta pela Presidência da Fiocruz e Presidida pelo Professor Wilson Savino que aprovou o meu nome para essa distinta honra (Obrigado Alda Cruz, Claude Pirmez, Elisa Cupolillo, Hugo Caire, Jerson Silva, Manoel Barral, Marcus Lacerda, Ricardo Lourenço e Wilson Savino).

As redes sociais tem hoje importância volumosa e crescente em nossas vidas e todo dia lemos uma coisa que nos marca ou impressiona de alguma forma...outro dia li uma que me fez pensar no dia de hoje : ‘Todo mundo tem alguma coisa boa para dizer sobre você, só está esperando sua morte para postar...’ Leo e Fátima muito obrigado pela decisão benfazeja de me deixarem testemunhar esta homenagem que vocês me fazem em vida!

Quem transita em minhas redes sociais já me leu declarar a mais sincera e persistente admiração pelo Homo sapiens e por tudo que ele criou pela oportunidade e acaso evolucionários de ter se beneficiado do bipedalismo - que liberou suas mãos para o genial trabalho que faz com a ajuda dos polegares opositores e movido por suas inteligência e imaginação criativas.

Em minha teimosa opinião – penso não se tratar de uma questão de antropocentrismo – vou sempre achar que somos, sim, mesmo que por simples acaso, muito melhores do que as baleias, os golfinhos e os corvos, cujas virtudes intelectuais os zoologistas mais renitentes costumam exaltar. As cerimônias que o sapiens criou para reverenciar vivos e mortos tornam-me seu ainda mais devoto tiete. Elas foram aprendidas e aperfeiçoadas, mesmo que alguns ritos, como o Haca da Nova Zelândia, mantenham suas características tribais e primitivas. Suspeito que outro de seus admiráveis atributos nasceu com ele e talvez todos os mamíferos ou mesmo os vertebrados mandibulados; a fraternidade. Acredito que, ao menos entre os mamíferos ela faça sentido evolucionário, por mantê-los unidos em bando, os sapiens talvez desde a savana...

Acho que ela se expressa em nossas colaborações acadêmicas quando escolhemos nossos parceiros também pelas afinidades pessoais e quando ficamos penhorados, como estou agora que sejamos reconhecidos por pares que respeitamos, admiramos e estimamos. Assim quero agradecer a todos os colegas parceiros e muitos amigos com os quais tenho dividido bancadas, ideias, projetos, orçamentos magros, preocupações, artigos, algumas taças de vinho, muita burocracia institucional e algumas celebrações. Foi com vocês que, excetuado o tempo de doutoramento, fiz todo o meu trajeto acadêmico-científico. Institucionalmente tenho te agradecer verdadeiramente ao IOC e à Fiocruz – nas pessoas da diretora Tania Cremonini Araujo-Jorge e da presidente Nísia Trindade Lima, instituições que me receberam há quase 40 anos e me apoiam (mesmo que eu reclame muito) durante todo esse tempo.

Lógico que o agradecimento também vale para os parceiros de outras instituições científicas nacionais internacionais, do Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana da Saúde, e para as agências de fomento. Eu aproveito a presença de meu Confrade da Academia Nacional de Medicina – que a representa nesta cerimônia – o Professor Jerson Lima da Silva Presidente da Faperj, para dizer obrigado a todas às instituições de apoio à pesquisa e ensino. Aprendi que ninguém faz nem aprende nada em C&T se não tiver que ensinar e agradeço à minha pós doutoranda mais antiga Luciana Pereira de Sousa Vieira em nome de todas as estudantes do grupo.

Agradeço a Carolina, Mariana e Maria, minhas filhas amadas, aos meus netos adorados e à Patrícia Brasil, minha companheira há três décadas, por tolerarem minhas ausências tão frequentes. Por mais que eu tente, não terei tempo de agradecer a todos a quem eu devo dizer ‘Obrigado’!

Outro dia agradeci emocionado, tarde da noite e sozinho na sala da minha casa, ao meu pai. Eu estava diante da estante que herdei dele - que a mandou fazer em freijó com seu extremo bom gosto há cerca de 60 anos e cobria duas das paredes do escritório da casa onde morei na infância, adolescência e juventude. Esse, e nenhum outro cômodo da casa, era o local onde devíamos estudar em silêncio. Naquela noite, fiz a ele e a minha mãe o agradecimento que repito aqui esta noite: ‘Obrigado por me terem dado a vida’.”

Reportagem: Vinicius Ferreira e Max Gomes
26/04/2022
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