Foi realizada no dia 19 uma visita de membros do Programa Especial para Capacitação e Pesquisa de Doenças Tropicais (TDR, na sigla em inglês) ao campus da Fiocruz, em Manguinhos (RJ). No Brasil para a reunião anual do Comitê Coordenador Geral da entidade, realizada entre os dias 16 e 18 de junho, os representantes da organização conheceram as instalações do recém-inaugurado Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), que presta atendimento a pacientes com hanseníase; do Laboratório de Hanseníase do IOC; e do Castelo de Manguinhos. Os visitantes assistiram também à apresentação de pôsteres dos projetos da Fundação apoiados pelo TDR.
A colaboração entre a Fiocruz e o TDR data do fim da década de 1970 e foi decisiva para o surgimento e a modernização de diversas áreas da ciência brasileira, em especial na Fundação. Na cerimônia de abertura do evento, o coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e ex-diretor do TDR, Carlos Morel, apresentou um panorama histórico da parceria. “O TDR foi fundamental num momento em que a Fiocruz não acompanhava o ritmo internacional da pesquisa científica e precisava definir novos rumos para atingir a posição de destaque que ocupa hoje. É uma colaboração extremamente benéfica, pois não envolve apenas verbas para pesquisa, mas prestígio e reconhecimento internacional”, Morel considera.
Gutemberg Brito |
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Carlos Morel, Bernardo Galvão e Samuel Goldenberg apresentaram projetos da Fiocruz financiados pelo TDR |
A pesquisa em doença de Chagas também teve destaque no encontro. O diretor do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz/PR), Samuel Goldenberg, apresentou um histórico dos cerca de 30 anos de parceria com o TDR e os frutos do projeto, colhidos hoje. “O apoio do TDR foi imprescindível, por exemplo, para que nossas pesquisas sobre um teste rápido para o diagnóstico da doença atingissem o estágio avançado em que se encontram. A cooperação internacional, aliada ao compromisso institucional, fez com que a pesquisa na Fiocruz em diversas áreas ganhasse relevância internacional nas últimas décadas”, Goldenberg reconhece.
Além dos estudos apresentados, os representantes do TDR debateram temas como financiamento de pesquisas, investimento privado e registro de patentes. Galvão, Goldenberg e o vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fiocruz, José da Rocha Carvalheiro, foram homenageados pela contribuição para o desenvolvimento da ciência e a construção de parcerias internacionais em saúde pública. “Devemos agradecer também ao ex-diretor do TDR, Carlos Morel; ao ex-presidente da Fundação, Sergio Arouca; e ao ex-pesquisador do IOC, Hélio Pereira, fundamentais para a modernização da instituição e o estímulo à cooperação internacional”, Galvão reconhece. “O sucesso das parcerias da Fiocruz também pode ser entendido pela presença de vários elementos, como confiança mútua entre os parceiros, apresentação de projetos bem definidos e estabelecimento de interesses em comum, visando o benefício mútuo”, sintetiza.
Gutemberg Brito |
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As pesquisadoras Maria Cristina Vidal Pessolani (à esquerda) e Euzenir Sarno apresentaram o Ambulatório Souza Araújo aos membros do TDR |
Marcelo Garcia
20/06/08
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