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Edição comemora centenário das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

A revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz lança sua mais recente edição com uma boa notícia: no ano em que completa 100 anos, foi reconhecida como o periódico de maior impacto na América Latina na área biomédica em 2008, conforme certificado pelo Institute for Scientific Information (ISI). A presente edição traz estudos inéditos sobre Aids, toxoplasmose, tuberculose, entre outros agravos importantes.

Pesquisadores venezuelanos testaram a prevalência de resistência de antirretrovirais entre pacientes soropositivos. Os pacientes foram observados durante cinco anos e constatou-se que cerca de 50% deles estavam infectados com vírus com sensibilidade reduzida para os três tipos clássicos de drogas usadas no combate à Aids.

A coinfecção do HIV com tuberculose e micoses sistêmicas também é foco de estudos. No Brasil, pesquisadores da Fiocruz investigaram a eficácia e a segurança da quimioprofilaxia com isoniazida em paciente com HIV. A pesquisa foi feita com amostras de pacientes co-infectados com tuberculose e HIV no Rio de Janeiro, sendo observadas as características clínicas e epidemiológicas, eventos adversos, adesão ao tratamento, bem como a eficácia deste esquema terapêutico.

Em pesquisa realizada na região do Oceano Índico, foram comparadas amostras da bactéria causadora da tuberculose que circula em Madagascar, Camarões, Ilhas Maurícios, Moçambique e La Reunion. O polimorfismo genético da Mycobacterium tuberculosis foi estudado por meio da cooperação entre pesquisadores da unidade do Instituto Pasteur de Madagascar, do Grupo Hospitalar Sud Réunion, Ministério de Saúde e Qualidade de Vida das Ilhas Maurícios e do Instituto de Saúde Pública da Noruega. Avaliações preliminares demonstraram similaridade genética entre as cepas encontradas.

A mortalidade relacionada a micoses sistêmicas em pacientes soropositivos, entre 1996 e 2006, foi tema de estudo empreendido na Universidade Federal de São Paulo. O trabalho traz dados muito úteis para a compreensão da situação real das micoses sistêmicas no Brasil, uma vez que não existe qualquer obrigação de notificação de pacientes com diagnóstico de micoses sistêmicas no sistema oficial de saúde.

Já um trabalho desenvolvido pelo Instituto Pasteur, Universidade Nacional Autônoma do México e pesquisadores argentinos investigaram a estrutura populacional e a diversidade do fungo Aspergillus fumigatus, causador de uma doença pulmonar chamada asperigilose. O grupo analisou amostras do fungo provenientes do México, Argentina, França e Peru para determinar sua variabilidade genética, sistema reprodutivo e nível de diferenciação. Verificou-se que a maioria das amostras isoladas são agrupadas de acordo com a origem geográfica.

A toxoplasmose congênita foi abordada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, quer realizaram um estudo para avaliar a presença de marcadores sorológicos para o imunodiagnóstico da transmissão vertical da doença. Outro estudo, realizado pelo Laboratório de Toxoplasmose do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), apontou o papel do sistema imunológico dos pacientes infectados pelo T. gondi no curso da infecção e na evolução da toxoplasmose. A pesquisa verifica se polimorfismos poderiam estar relacionados à susceptibilidade para o desenvolvimento de toxoplasmose ocular.

A precisão de diagnóstico foi alvo de duas pesquisas apresentas nesta edição. A primeira, realizada no Peru, avalia ferramentas para potencializar o diagnóstico da toxocaríase humana – zoonose que infecta o homem produzindo um quadro clínico denominado larva migrans visceral (larva migrante). A outra pesquisa, empreendida por cientistas da Nigéria (University of Ilorin), Brasil (Universidade Federal do Ceará) e Austrália (James Cook University), procura aumentar a precisão do diagnóstico da esquistossomose em estudantes na África. Os resultados da pesquisa foram baseados no levantamento feito com estudantes de comunidades rurais do sudoeste da Nigéria, área carente e altamente endêmica.

A edição é encerrada com uma comunicação curta sobre o estudo da circulação do tipo 3 da dengue no Brasil, realizado pelos laboratórios de Flavivírus e de AIDS e Imunologia Molecular do IOC/Fiocruz. Os pesquisadores descrevem o novo genótipo do vírus Dengue 3, que circula no Brasil e na Colômbia. A pesquisa levanta questões importantes sobre a origem e filogenia do genótipo do vírus na América do Sul.

Em editorial comemorativo do centenário da revista, o editor da publicação, Ricardo Lourenço, destaca a contribuição da revista para a ciência. “Ao longo do último século,  são incontáveis as contribuições dos estudos publicados no periódico para as áreas como parasitologia, microbiologia e medicina tropical”, ressalta. Estudos pioneiros desenvolvidos no país e no exterior sobre dengue, febre amarela, doença de Chagas, leishmaniose, malária, tuberculose e Aids foram divulgados pela revista. Para Lourenço, o periódico atua como um canal eficiente de comunicação científica entre pesquisadores do mundo inteiro, principalmente na área de medicina tropical.

Pâmela Pinto

24/06/09

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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