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As interfaces da cognição nos sistemas imune e nervoso

Quatro neurocientistas e quatro imunologistas tiveram a cognição como tema proposto para iniciar um grande debate, diante de uma plateia de pesquisadores, professores e estudantes, nesta terça-feira (11/08). Este foi o desafio da 1ª Jornada Fluminense sobre Cognição Imune e Neural, promovida pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Academia Fluminense de Medicina, com apoio da Faperj, que fomentou a interlocução entres estas duas áreas biomédicas.

 Peter Ilicciev

 

 Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro (IOC/Fiocruz) durante a palestra Uso do Repertório de Imagens Internas na Cognição Imune e Neural

As discussões foram amplas envolvendo desde exposições sobre as relações entre os sistemas neurais, imune e endócrino no nível molecular ao questionamento acerca da influência dos sentimentos e dos estressores nas reações do sistema imune sob o ponto de vista de experimentador veterinário, passando pela exposição de um quadro inovador dos distúrbios de comportamento, humor e personalidade, feita por um médico psiquiatra. Durante as palestras e plenárias houve sintonia na fala dos expositores quanto à necessidade de ampliar as relações entre estes campos de conhecimento.

 Peter Ilicciev

 

 O pesquisador Wilson Savino (Fiocruz) explica a relação entre os sistemas imune e nervoso por meio das moléculas de sintaxe e conexões neuroimuno-endócrinas

De acordo com o imunologista Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do IOC e coordenador da jornada junto com o Neurocientista Luiz Carlos de Lima Silveira da UFPA, “o encontro foi uma oportunidade para colocar em xeque o dilema da produção de conhecimento baseada na superespecialização, um contexto do qual não é mais possível fugir. Aumentamos o número de especialidades, de subáreas das ciências médicas e biomédicas. Hoje não temos mais a figura do grande generalista. Ao mesmo tempo que esta perspectiva nos possibilita ir mais fundo no estudo dos assuntos, ela torna mandatória a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade (como no caso da Jornada) para permitir a geração de insigths criativos e o enriquecimento, e mesmo a reformatação, dos paradigmas com os quais trabalhamos olhando do alto de nossas competências específicas”, pontua.

A perspectiva é compartilhada pelo neurocientista da UFRJ Roberto Lent: “Estou maravilhado com a gama de possibilidades que eventos desta grandeza nos mostram, pois nos acostumamos a uma abordagem da ciência muito focal, reducionista. Quem sabe do sistema nervoso, não sabe nada de sistema imune ou não sabe nada do sistema cardiovascular e eles têm muito em comum. Entretanto, nós pesquisadores temos dificuldade em trabalhar em um mar de conhecimento como o atual, por isso nos habituamos a focar e mergulhar e isso não nos deixa olhar para os lados. Este tipo de evento é uma necessidade. Isso pode ser percebido pelo interesse do público e pela interação com as perguntas”, afirma.

Walter Sena, aluno do 9º período de Medicina da UFRJ e bolsista do laboratório de Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva avaliou a jornada como um momento de integração. “Foi muito proveitoso participar destas discussões e poder fazer contatos com pesquisadores de outras áreas, que nem sempre teria oportunidade de conhecer. Aprendi muito aqui”, relata.

Pâmela Pinto

13/08/09

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).


 

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