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Incentivo para a formação acadêmica em Belém

Os mais de três mil quilômetros que separam as capitais do Rio de Janeiro e do Pará não impediram uma parceria científica que deu a Belém 13 novos doutores no campo da ciência biomédica. O resultado é fruto da colaboração entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e as Universidades Federal e Estadual do Pará, numa pós-graduação interinstitucional que comemorou em 05/03 a última defesa de tese da colaboração. O projeto sobre anemia associada à ocorrência de malária vivax coroa uma série de contribuições que os recém-doutores deram em temas relevantes no cenário nacional da saúde – incluindo estudos sobre hantaviroses na Amazônia, transmissão oral da doença de Chagas, circulação de rotaviroses e ocorrência de criptococose.

 

 A colaboração entre IOC e Universidades Federal e Estadual do Pará formou 13 novos doutores em Medicina Tropical e Biologia Parasitária

A parceria começou a ser desenhada em 2000. O IOC, com quase um século de atuação na formação de novos cientistas, aproximou-se da UFPA por iniciativa do pesquisador Claudio Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do IOC. Ele conta que, a partir de colaborações mantidas com pesquisadores da universidade e do Instituto Evandro Chagas, procurou o então reitor da UFPA, Cristóvam Picanço Diniz, propondo uma pós-graduação envolvendo as duas instituições. A receptividade à proposta foi imediata. Para o segundo encontro, Claudio já havia conquistado a adesão do diretor do IOC à época, José Rodrigues Coura. O doutorado foi acordado como foco da parceria, na expectativa de que os doutores formados por meio da colaboração pudessem potencializar a formação acadêmica regional, orientando novos estudantes. 
 
Como na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) existia apenas a figura de mestrado interinstitucional, a saída foi estabelecer uma parceria no formato de uma "Pós-graduação interinstitucional". Já em 2000, foram abertas inscrições para os interessados. Foram 50 candidatos, dos quais 12 foram selecionados inicialmente. Em pouco tempo, este número chegou a 15.

Cada aluno tinha dois orientadores – um pelo IOC e um pela instituição local (UFPA, UEPA E IEC). “Com a colaboração de colegas do IOC, pensamos em um modelo no qual levaríamos as aulas até a UFPA. Criamos as disciplinas, que foram credenciadas nos programas de pós-graduação em Medicina Tropical e em Biologia Parasitária do IOC, e as oferecemos aos alunos em Belém. Os estudantes, por sua vez, deveriam passar ao menos um mês por ano na sede do IOC, no Rio de Janeiro, num período intensivo de aulas e trabalho em laboratório”, descreve.

 

 Coordenadores da pós-graduação interinstitucional, docentes e estudantes comemoraram a defesa da última tese realizada por meio da parceria

Entre 2000 e 2002, a parceria viveu uma fase de organização e preparação para o início efetivo das aulas. Formalmente, os alunos estavam inscritos nos programas de pós-graduação do IOC em Medicina Tropical ou Biologia Parasitária. Antevendo que a distância poderia dificultar o cumprimento dos prazos regimentais na conclusão do curso, Claudio fez uma escolha pouco provável. “Todos foram inscritos como ouvintes naquele momento, mas não sabiam disso. A inscrição de fato só aconteceu em 2004”, conta. Como previsto, a inscrição posterior dos alunos foi a solução para que os projetos fossem concluídos dentro do prazo.

Em 2008, foi defendida a primeira tese do programa interinstitucional. Com a defesa da última aluna do grupo, é visível em Claudio a sensação de dever cumprido. “Foi uma contribuição à ciência na Amazônia, com a formação de 13 doutores, que, por sua vez, poderão dar continuidade à formação acadêmica de novos doutores e mestres. É o doutor o fator de multiplicação dos produtores do conhecimento, já que ele guarda o potencial de desenvolvimento e expansão da ciência, algo de que o Brasil precisa ainda multiplicar por cerca de quatro se considerarmos o atual número de cientistas no país”, opina.

09/03/10
 
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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