Projetos nas áreas de entomologia molecular, inovação em fármacos para doenças inflamatórias e biodiversidade desenvolvidos por laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram apresentados na feira Faperj 30 anos, que aconteceu em 24 e 25 de março no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O evento marcou o início das comemorações dos 30 anos da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa (Faperj).
“A exposição das pesquisas para o público é uma ótima oportunidade de mostrar para a sociedade o trabalho que realizamos”, afirma o pesquisador do Laboratório de Bioquímica, Fisiologia e Imunologia de Insetos do IOC, Fernando Genta. Quatro projetos com participação de laboratórios do IOC foram expostos no estande do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM), congregando cerca de 50 pesquisadores de várias instituições que utilizam ferramentas moleculares para estudar insetos e outros artrópodos vetores doenças parasitárias humanas e animais e pragas agrícolas.
Gutemberg Brito |
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O Fernando Genta afirma que o contato do pesquisador com o público é fundamental |
Para Fernando, eventos como este são importantes para aproximar a ciência da população. “Além disso, é fundamental para os pesquisadores fazer este exercício de adequação da linguagem para apresentar projetos para um público mais amplo, diferente daquele com o qual nos deparamos em congressos científicos”, completa. No estande, os visitantes puderam conhecer melhor o projeto Genoma do Rhodius prolixus, concebido e desenvolvido por pesquisadores brasileiros para mapear os genes deste vetor da doença de Chagas. O público teve a oportunidade de entrar em contato, ainda, com o trabalho desenvolvido pela Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas, coordenado pela pesquisadora do IOC Denise Valle. Um projeto de criação de vacina para imunizar gado contra o carrapato bovino e uma pesquisa que investiga enzimas de cupins e caramujos que atuam na degradação da celulose para produzir biocombustível também foram expostos.
O projeto Inovação em Fármacos para Doenças Pulmonares, realizado pelo Laboratório de Inflamação do IOC, em parceria com Farmanguinhos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Alfenas e Laboratório Farmacêutico Cristália, foi apresentado em um estande que simulava um laboratório, permitindo que a utilização de um microscópio pelos visitantes para visualizar células do tecido pulmonar.
Gutemberg Brito |
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“Seria interessante que esta feira passasse a fazer parte da agenda anual da Faperj”, afirma Marco Aurélio Martins, ressaltando que a experiência de apresentar projetos de pesquisa para o público foi um sucesso
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“Foi muito importante a aproximação com o público promovida pela feira, que funcionou como uma prestação de contas dos pesquisadores com a população”, declara o chefe do Laboratório de Inflamação do IOC, Marco Aurélio Martins. Segundo ele, foi grande a procura dos visitantes para tirar dúvidas sobre o projeto e sobre assuntos de ciência em geral. “Percebemos que o público ficou satisfeito com a disponibilidade dos pesquisadores”, completa.
“O objetivo foi tentar mostrar aos visitantes como é um laboratório, possibilitando a interação deles com o mundo da pesquisa”, afirma Patrícia Silva, pesquisadora do Laboratório de Inflamação do IOC. Pelas imagens nas paredes do estande, o público pôde conferir todas as etapas do desenvolvimento de novos medicamentos para asma e silicose, doenças que são foco do projeto.
Gutemberg Brito |
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O estande interativo simulava o ambiente de laboratório e mostrava, de maneira resumida, todas as fases da pesquisa |
No espaço reservado para pesquisas em biodiversidade, foi exposto o projeto “Diversidade de Bactérias no Solo da Mata Atlântica”, coordenado pela chefe do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos do IOC, Ana Carolina Vicente.
Gutemberg Brito |
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A pesquisadora Ivana Bogado explica que o projeto exposto na feira é o primeiro já realizado sobre biodiversidade do solo da Mata Atlântica |
“Temos cerca de 800 isolados de bactérias extraídas de solos da Mata Atlântica. Isso possibilitou a instituição de uma coleção de bactérias de alto potencial biotecnológico, com alguns grupos podendo ser usados, futuramente, para a fabricação de antibióticos”, destaca Ivana Bogado, pesquisadora do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos. Este é o primeiro estudo registrado sobre a diversidade do solo da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversidade do mundo.
25/03/10
Marina Schneider
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