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Foco no desenvolvimento tecnológico

Na sexta-feira, 16 de abril, sessão do Centro de Estudos abordou o tema O CDTS (Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde) e a integração da pesquisa e DT com o Instituto Oswaldo Cruz. O diretor do CDTS, Carlos Morel, comentou o estágio atual da construção do Centro e explicou a função e as implicações de sua criação para a Fiocruz.

 Gutemberg Brito

 

 Carlos Morel, coordenador do CDTS


Morel mostrou que a criação do Centro foi proposta pela Presidência da Fiocruz e aprovada em resolução do IV Congresso Interno da Fundação, em novembro de 2002. O texto da resolução diz que "a fase de desenvolvimento tecnológico de processos e produtos que compõe a cadeia de CT&I em Saúde demanda instalações e equipamentos, processos de trabalho e formas de organização e gestão próprias, que não se confundem com as das atividades de pesquisa e de produção. Para suprir uma lacuna no país neste campo, a Fiocruz criará o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde".

Apesar de ter sido aprovado em 2002 e ter como prazo inicial de atividades o ano de 2007, o projeto foi atrasado por diversas questões burocráticas. Morel explicou que foram necessárias duas licitações e, mesmo assim, o projeto foi embargado duas vezes pelo Tribunal da Contas da União. Segundo ele, o prédio do novo Centro deve estar pronto até fevereiro de 2011. Até lá, Morel espera debater a estrutura e objetivos do Centro com as demais unidades da Fundação. "O projeto do CDTS será alvo de muita conversa com todas as unidades. Precisamos diminuir as fronteiras entre as unidades", defendeu.

Ele frisou que o CDTS será um grande parceiro do IOC. A seu ver, o IOC e o CDTS poderão compartilhar tanto recursos humanos como as plataformas tecnológicas para o benefício mútuo.


 Gutemberg Brito

Para Morel, CDTS pode ajudar Fiocruz a cruzar o "vale da morte" entre a descoberta de uma nova molécula e a colocação de um
remédio no mercado


A criação do CDTS se insere num contexto, frisou Morel, em que o desenvolvimento tecnológico é o calcanhar de Aquiles da Fiocruz e do país. "No Brasil, há cem vezes mais artigos do que patentes. O nosso desenvolvimento tecnológico é muito pequeno, gerando uma balança desfavorável de cerca de US$ 6 bilhões na área de saúde, com a compra de remédios, reagentes e kits diagnósticos. Na Fiocruz, a produção de artigos tem crescido e hoje são mais de mil papers por ano, mas as patentes não chegam a dez no mesmo período. Temos um tesouro inexplorado”, comentou.

O sucesso da estratégia, depende, diz ele, de cruzar o vale da morte entre a descoberta de uma nova molécula e a colocação de um remédio no mercado. "São muitas as dificuldades e mesmo a indústria, que tem investido cada vez mais em pesquisa, não consegue encontrar novas moléculas. O caminho é atuar em rede e por meio de consórcios, associando a indústria farmacêutica, a academia, gestores de contrato, entre outros. É loucura fazer isso sozinho", diz.

Na Fiocruz, ele defende uma ponte ainda maior entre pesquisa e inovação, além de uma maior colaboração e parceria entre os institutos mais conectados à pesquisa, como o IOC e os centros regionais, com os mais ligados ao mercado, como Biomanguinhos e Farmanguinhos. A seu ver, o CDTS e o Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnósticos (CIPBR), ligado a Biomanguinhos, podem ajudar nesta associação.

CDTS hoje e amanhã

Com um investimento de cerca de R$ 140 milhões, o CDTS contará com um espaço para a parte de gestão, uma planta de experimentação animal, em associação com o IOC, um andar para as plataformas tecnológicas e um andar com laboratórios flexíveis, que poderão ser usados em associação com o setor privado.

No momento, o CDTS desenvolve atividades de indução e gestão de parcerias, como numa associação entre o DNDi e Farmanguinhos para a produção de um medicamento antimalárico, e na captação e fixação de recursos humanos, concedendo bolsas de recém doutor, pesquisador visitante estrangeiro e pós-doutores, além de participar como parceiro do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento do Instituto de Economia da UFRJ, estabelecido em 2007 em colaboração com o IOC.

As próximas etapas, a serem cumpridas em 2010 e 2011, explicou ele, incluem a elaboração de plano diretor estratégico e de negócios, a proposta de criação de dois comitês de assessoramento (um de Estratégia e Gestão e outro de Ciência, Tecnologia e Inovação), o recrutamento de recursos humanos, a aquisição, instalação e certificação de equipamentos e a implementação das boas práticas de laboratório.

À tarde, a oficina de integração continuou com a equipe do CDTS e os pesquisadores do IOC interessados em aprofundar os debates. Ficou acertada uma agenda de estudo caso a caso sobre a migração ou cogestão de cada uma das plataformas tecnológicas instaladas hoje no IOC, bem como um estudo sobre os potenciais projetos do Instituto a serem incubados e instalados no CDTS. A proposta de iniciar no CDTS a operação do Pólo de Biologia Computacional e Sistemas, proposto pela Área de Pesquisa em Genômica Funcional do IOC (área 10), também está na pauta de debates.

Luís Amorim

20/04/10

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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