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HPV: especialista norte-americana apresenta estratégias alternativas para exame

O diagnóstico do Papilomavírus Humano (HPV) é baseado no exame de Papanicolau, recomendado como método de rastreamento de lesões precursoras do câncer de colo de útero. Em sua palestra durante o Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV, na manhã de hoje (29/04), a pesquisadora norte-americana Patti Gravitt, da Jonhs Hopkins University, reforçou a importância do desenvolvimento de estratégias alternativas para rastrear este tipo de câncer, destacando a utilização de novas técnicas moleculares para a análise do DNA do HPV e a possibilidade de auto-coleta de amostras para o diagnóstico. O evento, realizado pela Fiocruz em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Johns Hopkins University (Estados Unidos) e Instituto Nacional de Câncer (INCA), acontece nos dias 29 e 30 de abril, no Rio de Janeiro.

“As estratégias alternativas como as que incluem os testes de DNA do HPV e a autocoleta de amostras podem contribuir para rastrear o câncer em determinadas populações, que têm dificuldade em chegar às unidades de saúde para fazer o exame”, pontuou Patti Gravitt.

Durante sua exposição, a pesquisadora apresentou resultados já alcançados em pesquisas desenvolvidas na área. Ela apresentou resultados de um estudo realizado numa região rural da Índia, onde historicamente não se conseguiu implementar com sucesso o exame citopatológico. O estudo reforçou outros resultados apresentados em pesquisas em diversas regiões do mundo que ressaltam a grande sensibilidade dos testes moleculares, em relação aos testes citológicos atualmente utilizados como padrão.

Gutemberg Brito

 

 "A autocoleta pode ser muito importante para a realização do rastreio da doença. Poderíamos aumentar a cobertura do rastreamento em mais de 50%", pontuou Patti Gravitt

Além disso, também reforçou as possíveis vantagens da utilização da autocoleta no rastreio da doença. “Muitas mulheres apresentavam grande resistência a realizar os testes tradicionais, por diversos motivos, como o fato de não apresentarem sintomas ou por considerá-los muito invasivos”, contou. A análise molecular das amostras coletadas em casa, pelas próprias mulheres, apresentou resultados comparáveis com aqueles coletados em exames convencionias, relatou Gravitt. “A autocoleta pode ser muito importante para a realização do rastreio da doença. Poderíamos aumentar a cobertura do rastreamento em mais de 50%”, acredita.

Além de menos invasiva, a autocoleta também apresenta outras vantagens, segundo a pesquisadora. “A infraestrutura necessária para esse tipo de rastreio é muito menor. Podemos levar o exame a essas mulheres, a necessidade de treinamento é mínima e o custo também é menor, já que não é necessário nenhum material caro para a realização da coleta. O agente de saúde pode ir até as casas, entregar o coletor para as mulheres, que farão elas mesmas o exame, de forma rápida e simples, podendo enviá-lo, inclusive, pelo correio, sem necessidade de refrigeração”, explica.

Tanto a utilização da autocoleta quanto os métodos moleculares de diagnóstico de HPV, no entanto, também apresentam desvantagens e questões a serem respondidas segundo a pesquisadora. “A especificidade das técnicas moleculares não é tão alta, ou seja, é difícil determinar as lesões com mais chances de se desenvolverem em câncer, em especial entre populações mais jovens, com grande incidência de HPV”, avaliou. “Já em relação à autocoleta, a metodologia não apresenta tanta sensibilidade, mas é preciso impedir que o ótimo seja inimigo do bom. Precisamos aumentar a capacidade de rastreamento na população, por isso pode ser muito interessante utilizar uma técnica que possibilite isso, mesmo que menos sensível. Além disso, novos procedimentos de autocoleta continuam em desenvolvimento e é preciso definir qual tipo de autocoleta deverá ser implementado.”

A especialista defendeu que o desenvolvimento de testes específicos para detecção de marcadores de neoplasia cervical será um dos principais desafios dos próximos anos para a pesquisa na área. “O campo de investigação diagnóstica do HPV deve centrar-se no desenvolvimento de um teste mais específico, que permita diferenciar o HPV de alto risco”, finalizou.

: : voltar para Especial Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV

Marcelo Garcia e Renata Fontoura

29/04/10

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