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Pesquisadora defende o uso de metodologias moleculares para detecção de vírus em águas e alimentos

A água, seja de consumo, recreacional ou de reuso, pode ser uma grande fonte de contaminação para a população. Não à toa este é um dos principais temas debatidos no I Simpósio Latino Americano de Virologia Ambiental.

Nesta quarta-feira, 05/05, uma das grandes especialistas no tema, Rosina Gironés, pesquisadora da Universidade de Barcelona (Espanha), defendeu o uso de técnicas moleculares para a detecção de vírus em águas e alimentos.

 Gutemberg Brito

 

Pesquisadora defende utilização do PCR para
análise da qualidade das águas



Ela defendeu que técnicas moleculares, especialmente o PCR, método de amplificação do material genético, têm facilitado a identificação, a genotipagem e o monitoramento de fontes de contaminação humana e animal. “Ferramentas de análise moleculares para o estudo de patógenos virais e novos indicadores virais têm se mostrado úteis para a avaliação da qualidade microbiológica dos alimentos e da água”, destacou.

Rosina explicou que o desenvolvimento de novas tecnologias e o aperfeiçoamento dos métodos disponíveis têm barateado o custo da aplicação de técnicas moleculares para a análise da água, facilitando a sua utilização. “Podemos agora detectar muitos tipos de vírus e propor melhores indicadores, algo que não podia ser feito antes.”

A pesquisadora explicou que a tipificação do vírus pode ser feita de maneira certeira e rápida, mas destacou que as técnicas moleculares ainda podem ser aperfeiçoadas e padronizadas para se tornarem aplicáveis a uma grande diversidade de matrizes, aumentando a sensibilidade e reduzindo o tempo do processo das análises.

A metodologia com técnicas moleculares foi utilizada em estudo feito pela equipe da pesquisadora para a análise da presença do vírus da hepatite A e hepatite C em águas residuais nas cidades de Barcelona e Valência, na Espanha.

As análises mostraram que houve nas duas cidades uma grande diminuição da presença de vírus desde 1992 até 2008. Ela explicou que em Barcelona houve a realização de vacinações contra o vírus da hepatite, mas a diminuição também foi expressiva em Valencia. “O mais importante para o controle foi a melhora no tratamento da água. Na Catalunha, as plantas de tratamento de água passaram de 92 para 343”, disse.

Rosina frisou, no entanto, que a vacinação é importante por ser a única forma de evitar a doença e diz ser fundamental como prevenção em países que não tenham uma boa infraestrutura para o tratamento da água.

Em relação ao futuro da Virologia Ambiental, ela acredita que avanços nanotecnológicos trarão formas mais baratas e mais fáceis para a identificação e tipificação dos vírus e que é necessário o aumento do fluxo de informação sobre características geográficas e especificidades locais para melhorar os estudos sobre o tema.

05/05/10

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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