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Novos talentos e aproximação da academia com a indústria

O estímulo e a geração de oportunidades para o surgimento de novos talentos, a implantação de políticas públicas capazes de despertar o interesse do setor produtivo no investimento em inovação e a aproximação do meio acadêmico com a indústria. Estes foram alguns dos fatores apontados como essenciais para o crescimento da pesquisa no país pelo presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, durante sua apresentação, na manhã dessa quarta-feira, 09/06, como convidado da sessão plenária que debateu Prioridades e Perspectivas da Pesquisa no Brasil no I Simpósio de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

“Precisamos abrir os braços para pesquisadores estrangeiros e acabar com a burocracia. Hoje temos um ambiente excitante no país, vivemos um momento de crescimento”, avaliou o premiado matemático. “A Argentina, por exemplo, está à frente do Brasil na área, já que a pesquisa desenvolvida por lá é mais flexível, mais aberta e deu boas vindas a cientistas estrangeiros. É isso que o Brasil precisa fazer. Hoje, estima-se que haja cerca de 250 mil pessoas envolvidas com ciência e tecnologia, entre técnicos e pesquisadores, no país. Para padrões internacionais, deveria haver três vezes mais do que isso. Por isso, a meta é que, até 2020, possamos dobrar este número”, complementou, ressaltando a necessidade de estimular e gerar oportunidade para novos talentos em todas as regiões brasileiras. “Precisamos buscar novos talentos no país e reconhecê-los de forma mais efetiva”.

 Gutemberg Brito

 

 Jacob Palis: "A meta é dobrar o número de pessoas envolvidas com ciência e tecnologia no país até 2020"

Segundo Palis, outro aspecto determinante para a perspectiva da pesquisa no país é a forte presença internacional já conquistada pelo Brasil na área. “A ciência brasileira vai muito bem lá fora. Na média mundial, que leva em conta indicadores como o número de citações em revistas científicas qualificadas, o Brasil está à frente de países como a China, Índia e Coréia. Isso é importante porque não vivemos isolados. Carlos Chagas não foi ganhador de um prêmio Nobel porque éramos isolados naquela época, hoje em dia, não. Temos que ter uma ambição como esta, pelo seu valor simbólico e pelo o que significaria para os jovens”, disparou.

As políticas públicas adequadas e a aproximação do meio acadêmico com a indústria foram apresentados por Palis como fatores fundamentais para a busca da inovação na área da pesquisa.  “A inovação é a prioridade, mas precisamos que a indústria se interesse em fazer inovação dentro do país. Estou feliz em participar deste evento, porque acredito que o papel da Fiocruz é o de sensibilizar para que o movimento entre a academia e o setor produtivo ocorra. Isso não quer dizer que devemos deixar de lado a magia da pesquisa, temos que continuar trabalhando para a sociedade, porém cientes de que estamos vivendo um novo momento”, finalizou.

Para encerrar a programação da manhã, a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, apresentou um panorama da pesquisa realizada em prol da saúde no Brasil e apresentou as estratégias e prioridades do IOC para o crescimento na área. “Buscamos uma ciência comprometida com a saúde, um direito assegurado pela Constituição. É nosso papel lutar pela realização desse direito de fato”, enfatizou Tania.

Os desafios da área também foram abordados pela diretora do IOC. Entre eles está a articulação de projetos de pesquisa com foco na aplicação pelo sistema de saúde. “Estamos travando internamente este diálogo por meio da cooperação com outras unidades, como Biomanguinhos e Farmanguinhos, que são fábricas dentro da Fiocruz, e com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e com o Instituto de Pesquisas Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), que atuam fortemente na pesquisa clínica, mas precisamos explorar ainda mais. Vamos aprofundar e acompanhar de forma crescente o debate e alinhar os trabalhos das áreas de pesquisa de acordo com as demandas da saúde pública”, finalizou Tania.   

09/06/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)


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