Pesquisador do IOC toma posse como membro da Academia Nacional de Medicina
Em cerimônia realizada em 31/08, o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro tomou posse na Academia Nacional de Medicina (ANM), tornando-se um dos seis mais jovens membros da quase bicentenária instituição. Chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do IOC, o médico dedica sua carreira à investigação científica da doença, uma das mais relevantes no cenário da saúde pública mundial. Mais de 300 pessoas, entre Acadêmicos, autoridades, amigos e familiares, estiveram presentes à solenidade, realizada na sede da Academia, no Centro do Rio de Janeiro.
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Ivanoé Gomes Pereira |
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Os acadêmicos Pietro Novellino (esq.), presidente da ANM, Omar da Rosa Santos e Cláudio Ribeiro |
Com origem em 1829, no reinado do imperador D. Pedro I, a AMN é dedicada ao debate das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, atuando como órgão de consulta do governo brasileiro. É uma organização tradicional – os Acadêmicos se reúnem toda quinta-feira, às 17h, ininterruptamente, desde a fundação – voltada à discussão de assuntos médicos da atualidade.
Eleito em primeiro turno em julho deste ano para a cadeira número 87 da ANM, o pesquisador destacou em seu discurso de posse os cientistas do IOC que o precederam na ANM, reforçando o papel do Instituto na história da medicina. Aproveitou para agradecer a diversos colaboradores que acompanharam o processo de candidatura e também destacou a relevância da educação no exercício da cidadania.
“Sou muito profunda e respeitosamente grato a cada um dos Acadêmicos Titulares e Eméritos que hoje compõem esta Casa e que nela me acolhem, permitindo-me gozar e usufruir de tão prestigioso convívio”, declarou Claúdio, que escolheu como orador, para proferir a tradicional saudação ao novel Acadêmico, o pesquisador do IOC José Rodrigues Coura, atual presidente da Seção de Medicina da ANM, e seu antigo Professor, o Acadêmico Omar da Rosa Santos, para lhe entregar o Diploma de Membro titular. Durante o discurso, Cláudio, que é o 642º membro da Academia, nominou e apresentou brevemente o currículo de cada Acadêmico que ocupou previamente a cadeira número 87, como manda o protocolo daquela Casa.
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Ivanoé Gomes Pereira |
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642º membro da Academia desde sua fundação, Claudio Ribeiro passa a ocupar a cadeira de número 87 da AMN. O pesquisador já integra Academia do Estado do Rio de Janeiro, desde 2002, e a Academia Nacional de Medicina da França, desde 2009 |
Sobre o papel da educação, o pesquisador comentou: “O homem precisa aprender até para ser humano. Só o homem transmite a cultura. Nada é, portanto, mais importante e vital para ele do que o que chamamos de sua educação... organizarmo-nos em sociedade é nosso maior atributo e também nosso maior requisito. A educação transforma o animal Homo sapiens no homem: é a interface entre nossa animalidade e nossa humanidade”, destacou Cláudio, que anda indicou a necessidade de se priorizar o reforço ao ensino fundamental no país, antes de finalizar o discurso de posse com um agradecimento emocionado à sua família.
Cláudio é membro da Academia do Estado do Rio de Janeiro desde 2002 e, em dezembro de 2009, tomou posse como membro da Academia Nacional de Medicina da França, país onde desenvolveu parte de sua carreira científica. Agora, Cláudio se junta a outros membros da Fiocruz no corpo de Acadêmicos da ANM: o pesquisador emérito José Rodrigues Coura, ex-diretor do IOC e presidente da Seção de Medicina da ANM, Léa Camillo Coura, presidente da Comissão de Ética em Pesquisa do IPEC, Paulo Buss, ex-presidente da Fiocruz, e José Gomes Temporão, atual ministro de Estado da Saúde. Luiz Fernando Ferreira, da Ensp, é membro honorário. Em momentos anteriores, também contribuíram às sessões da ANM como Acadêmicos outros cientistas importantes do IOC: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Miguel Ozório de Almeida, Antonio Cardoso Fontes e Olympio da Fonseca.
“Não há dúvidas de que existe, sim, um pouco o mito de que o ingresso na ANM é o coroamento da carreira de um médico, mas eu, a exemplo dos outros colegas Acadêmicos da Fiocruz, ainda tenho bastante trabalho para fazer em minhas, agora duas, casas”, concluiu.
04/09/2010
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