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Avanços da genômica do Schistosoma

Acompanhe o Especial 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose

A agenda de prioridades de pesquisa para o controle da esquistossomose nas Américas foi o tema que iniciou os debates do terceiro dia de atividades do 12º Simpósio Internacional de Esquistossomose. Representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) participaram da mesa-redonda. A educação e o acesso à saúde e suas implicações no controle da esquistossomose também foram debatidos. Outra mesa-redonda que também ganhou destaque na manhã desta quinta-feira, 07/10, abordou os avanços recentes sobre a genômica do Schistosoma, parasito causador da doença.

 Gutemberg Brito

 

 Avanços da genômica do Schistosoma são destaque

O pesquisador Raymond Jonh Pierce, do Instituto Pasteur, da França, apresentou resultados preliminares de um estudo que investiga enzimas do Schistosoma como possíveis alvos na busca de novos fármacos. “A pesquisa tem como objetivo analisar os genes envolvidos no processo de desenvolvimento do parasito, tendo como alvos enzimas específicas. Ainda há muito para progredir neste campo, mas é fundamental entender o papel dessas enzimas para o ciclo do parasito”, explicou Pierce. O estudo é realizado por seis equipes europeias e três brasileiras, incluindo pesquisadores da Fiocruz.

O especialista do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Ricardo De Marco, falou sobre a importância da interação entre machos e fêmeas de vermes adultos no organismo humano para a preservação do ciclo da esquistossomose. “Precisamos conhecer essa interação para que possamos criar estratégias que interrompam ou diminuam a postura dos ovos”, esclareceu o pesquisador. Coordenado por De Marco, o estudo detectou diferenças na comparação entre parasitos fêmeas e machos que permanecem juntos e parasitos separados por seu gênero. “Durante 13 dias, separamos vermes adultos fêmeas de vermes adultos machos. Depois extraímos o RNA e comparamos com os casais que permaneceram juntos. Caracterizamos um conjunto de genes com diferentes expressões”, completou.

O pesquisador da Fiocruz-Minas Guilherme Oliveira apresentou um banco de dados sobre o Schistosoma mansoni, desenvolvido por sua equipe. Oliveira reforçou a importância deste tipo de recurso para os avanços científicos da área. “Criamos um banco de dados relacional, para que possamos trabalhar os dados de forma gerenciável e mais democrática. Por meio de tabelas, o Schisto.net possibilita comparar dados”, explicou. “A navegação é gratuita e temos recebido 82 mil visualizações diárias na página”, comemorou o conferencista.

 Gutemberg Brito

 

Pesquisador da Fiocruz-Minas, Guilherme Oliveira, apresentou o Schisto.net, banco de dados de genômica funcional e genômica de Schistosoma mansoni

A palestra 'Estrutura populacional de Schistosoma mansoni pré e póstratamento', ministrada por Ronald Blanton, da universidade norte-americana Case Western, encerrou os debates da mesa-redonda. Desenvolvido em parceria com a Fiocruz, o estudo analisou a genética populacional de grupos de parasitas, a fim de verificar se após o tratamento os parasitos persistentes formam uma população diferente. “Identificamos pouca diferenciação entre a população persistente e a população curada no pré-tratamento. Provavelmente, os parasitos persistentes saem das populações suscetíveis, ou seja, não são selecionados”, explicou o pesquisador.

:: Especial 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose

Renata Fontoura

07/10/2010 

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